O workshop Inventando um Futuro Melhor: Estratégias para a Construção de Capacidades Regionais em Ciência e Tecnologia, organizado pela Rede Interamericana de Academias de Ciências (IANAS, na sigla em inglês) em parceria com a ABC e o CNPq, ocorreu na sede deste último, em Brasília, entre os dias 21 e 23 de julho. Com a proposta de discutir estratégias para a capacitação regional em CT&I, 15 países das Américas estiveram representados e apresentaram dados sobre a situação atual de seus países na área em questão.

CT&I na Nicarágua

Em nome da Academia de Ciências da Nicarágua falou seu presidente, Jorge Huete Pérez, contando que em seu país existe muita solidariedade na comunidade científica e que 1,43% do PIB é investido em C&T. São publicados editais anuais para cooperação internacional. “A cooperação individual entre cientistas de países diferentes ocorre, mas o maior investimento é em redes internacionais de pesquisa”, destacou Huete. As redes mais atuantes atualmente estão nas áreas de Biocombustíveis, Nanotecnologia e Mudanças Climáticas.

Huete relatou que a institucionalização da Ciência em seu país começou em 1980. O Conselho Nicaraguense de Ciência e Tecnologia (Conicyt) foi criado em 1995 e a Academia de Ciências da Nicarágua em 2009. Esta foi fundada com três objetivos estratégicos: a formação de capacidades e vinculação com instituições afins; a definição de políticas e estratégias de CT&I; a difusão da cultura científica e a democratização da CT&I.

As áreas de pesquisa mais avançadas no país são as de Biomedicina, Biodiversidade e Ambiente, Biotecnologia. “Precisamos agora consolidar as bases para o desenvolvimento científico e tecnológico do país.”

CT&I no Equador

O secretário nacional de C&T do Senacyt do Equador, Manuel Baldeon, ocupa um cargo equivalente ao do nosso ministro de C&T. Ele relatou que com a nova Constituição aprovada em seu país a educação superior, a ciência e a tecnologia passaram a pertencer à mesma Secretaria. “As mudanças positivas são um reflexo do fato do setor está sendo gerenciado por um membro da Academia, que conhece as necessidades da área”.

Baldeon afirmou ter grande prazer em compartilhar esse esforço e que espera contribuir de forma a que os países que ainda estão no início de processo de institucionalização da CT&I possam aproveitar a experiência do Equador.

O secretário mostrou que a Constituição de 2008 incorpora ao sistema de C&T os saberes ancestrais, muito valorizados em sua cultura. Inclui um Plano Nacional pela Qualidade de Vida para o período de 2009 a 2013 e um novo modelo de geração e redistribuição de riqueza, além de um Plano Nacional de CT&I para o período de 2007 a 2013.

Este Plano para CT&I envolve o desenvolvimento humano, social e produtivo; a comunicação pública da Ciência, o fortalecimento do sistema e o financiamento sustentável. O Plano prevê também a articulação do setor governamental com o setor produtivo, com a academia e com ONGs.

As áreas de prioridade nacional são a agricultura sustentável, o manejo ambiental para o desenvolvimento, o fomento à indústria e à produtividade, a diversificação de fontes de energia renováveis, as tecnologias de informação e comunicação, a biotecnologia e a recuperação da pesquisa científica e dos saberes ancestrais. Para o desenvolvimento da pesquisa nas áreas citadas está sendo criado o Instituto de Biologia Genômica para a Conservação e Aproveitamento da Biodiversidade””, informou Baldeon.