O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico comemorou em 14/4, seu aniversário de 58 anos de apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico do país. A cerimônia aconteceu na sede da Agência, em Brasília, e contou com a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, o Acadêmico Sergio Rezende , entre outras autoridades, pesquisadores e representantes da comunidade acadêmica, servidores e parceiros do CNPq.
“Após 58 anos de existência, o CNPq tem muito a comemorar. Poucas instituições em nosso País têm uma vida tão longa e produtiva”, afirmou o presidente da agência, o Acadêmico Marco Antonio Zago . “Sua criação foi uma sinalização da preocupação governamental de fortalecer a ciência e tecnologia no contexto de políticas de estado. E hoje, o CNPq continua sendo uma referencia central do Sistema Brasileiro de Ciência e Tecnologia”, completa.
Uma comemoração que estampa mais de 84 mil bolsas, a serem concedidas no ano de 2009, para apoiar desde estudantes do Ensino Fundamental, com as bolsas de Iniciação Científica Júnior, até pesquisadores no mais alto nível, com as bolsas de Produtividade em Pesquisa, em todas as áreas do conhecimento.
Em seu discurso, o ministro Sergio Rezende também destacou a importância da instituição para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no país. “O CNPq tem trabalhado com eficácia no sentido de mudar o histórico de submissão que herdamos desde o processo de colonização. A valorização do ser humano com a concessão de bolsas de estudos é uma prova disso”, enfatizou o ministro.
Rezende situou ainda o posicionamento estratégico do CNPq para o desenvolvimento do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação (PAC,T&I 2007-2010) do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Deu como exemplo a participação do CNPq nos Eixos do Plano. “O CNPq desempenha papel central. Alguns exemplos são o Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex) e a promoção de seus editais e as parcerias realizadas também com outros ministérios e fundações estaduais de amparo à pesquisa, que reforçam o papel do CNPq em todos os eixos do nosso Plano de Ação”, citou.
Os próximos passos da instituição, adiantou o presidente Marco Antonio Zago , serão no sentido de consolidar as ações existentes, principalmente, a concessão de bolsas para a iniciação científica, mestrado e doutorado. “Precisamos também manter os bons programas existentes e, ainda, criar novos. Os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), criados em 2008, são exemplos de programas de fomento à inovação tecnológica, que precisamos dar força”, exemplificou.
Homenagens
Os expressivos avanços conquistados nesses 58 anos tiveram uma importante contribuição: o trabalho dos pesquisadores do CNPq. Cientistas, que desde jovens se dedicaram às pesquisas científicas e tecnológicas no país. “Não podemos nos esquecer, no entanto, que o CNPq é a casa dos pesquisadores brasileiros, não apenas porque são os alvos de todas as nossas atividades, mas também porque essas atividades somente são possíveis com participação e apoio decisivo deles. Por isso, neste dia homenageamos alguns cientistas que por sua história de vida constituem um exemplo e um orgulho para nossa comunidade”, disse Zago.
E para homenagear estes personagens da história da agência, o CNPq entregou durante a cerimônia o título de Pesquisador Emérito, concedido para pesquisadores brasileiros ou estrangeiros, radicados no Brasil há pelo menos dez anos, que prestaram relevantes contribuições para o país. Este ano, tiveram reconhecimento como Pesquisadores Eméritos do CNPq na área de Ciências da Vida os médicos Adib Domingos Jatene, do Hospital do Coração, Antonio Paes de Carvalho e Darcy Fontoura de Almeida, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); nas Ciências Exatas, da Terra e Engenharias, os engenheiros Fernando de Souza Barros, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Hermano de Medeiros Ferreira Tavares, Universidade Estadual de Campinas; e nas Ciências Humanas e Sociais, a economista Maria da Conceição de Almeida Tavares, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em homenagem ao ex-presidente do CNPq, Crodowaldo Pavan, falecido no início deste mês, o ministro Sergio Rezende entregou uma placa de agradecimento a Otávio Henrique de Oliveira Pavan, filho do pesquisador. Também foram feitas, durante o evento, homenagens aos servidores Prata da Casa da Agência que completaram 25 anos de serviços prestados ao CNPq, no ano de 2008, além do prêmio Desempenho e Qualidade a dois servidores que se destacaram em suas atividades: Josenilson Guilherme de Araújo e Elen Simaan Franca.
Reconhecimento às instituições parceiras
Outro reconhecimento, uma Menção Especial de Agradecimento, foi para as instituições parceiras do CNPq que contribuíram com o desenvolvimento da ciência brasileira com significativos serviços prestados ao crescimento, aprimoramento e divulgação da agência. “São entidades cuja atuação é especialmente emblemática neste momento, e contribuíram de maneira especial nos anos anteriores para que o CNPq realizasse sua missão”, afirmou Zago.
São elas as Secretarias de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combateà Fome (MDS), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
História
Criado em 1951, com a denominação de Conselho Nacional de Pesquisas, o CNPq inaugurou a oferta institucional de bolsas no país com o objetivo de incrementar e coordenar a pesquisa científica brasileira. Sob a direção do seu idealizador e primeiro presidente, Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva, implementou naquele ano cerca de 300 bolsas de estudo e pesquisa em diversas áreas do conhecimento, sendo os pedidos aprovados diretamente pelo seu Conselho Deliberativo, que se reuniu pela primeira vez no dia 17 de abril do mesmo ano para dar início às atividades da nova instituição.
Em 1974, o CNPq recebeu a denominação de Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, quando as entidades de ciência e tecnologia foram organizadas para formar o Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Em 1985, foi criado o Ministério da Ciência e Tecnologia, e no mesmo ano o CNPq foi incorporado à sua estrutura.