“Nosso país tem pressa em superar a letargia na esfera da CT&I para poder enfrentar o célere avanço das transformações de 4ª Revolução Industrial e Tecnológica. É indispensável acelerar a digitalização da indústria, serviços, agronegócio, infraestruturas, governo e seus sistemas de saúde, educação e segurança – com plataformas 4.0, sob telecomunicações 5G e aplicações de inteligência artificial. O Brasil tem oportunidades viáveis de inserção competitiva e geradora de empregos de alta qualidade [em diversas áreas] e essas oportunidades não podem ser perdidas”.

O trecho acima, de autoria do ex-presidente do BNDES (2007-2016) Luciano Coutinho, está na abertura do livro Ciência para Prosperidade Sustentável e Socialmente Justa, encomendado a autores específicos pelo então presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o Acadêmico Jorge Guimarães, e o presidente do Conselho de Administração da entidade, o Acadêmico João Fernando Gomes de Oliveira. O editor foi o Acadêmico Alaor Chaves (UFMG), tendo como presidente da Comissão Editorial o Acadêmico Ado Jório de Vasconcelos (UFMG). O grupo editorial é composto pelos vice-presidentes regionais da ABC Anderson Gomes (Região Nordeste e Espírito Santo) e Glaucius Oliva (Região SP), o diretor da ABC Álvaro Prata e os Acadêmicos Adriano Defini Andricopulo (USP), Débora Foguel (UFRJ), Marcelo Viana (IMPA) e Nivio Ziviani (UFMG).

Dividido em três partes, o livro oferece visões preciosas ao avanço da agenda da ciência, tecnologia e inovação (CT&I) no Brasil, em linguagem clara e sem jargões. De início, analisa as competências do país, suas vantagens comparativas e competitivas e suas fragilidades. A seguir, aponta as áreas estratégicas para o desenvolvimento: bioeconomia, agronegócio, transição energética, saúde e bem-estar e transformação digital. Ao final, indica como dar o passo adiante, por meio de ações transversais, como a redução de desigualdades, o financiamento de infraestrutura para pesquisa, a promoção de uma nova indústria inovadora e a articulação da política de integração da pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).

Ado Jório de Vasconcelos acredita que o time construiu um livro moderno, corajoso, que tem o objetivo de gerar discussões importantes, mas já trazendo propostas de ações que permitirão avanços”. Segundo ele, o Brasil realizou muito no último século e iniciou o novo construindo grandeza. “Mais recentemente, no entanto, perdeu seu rumo. Resolveu abandonar seu sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação pujantes, que transformam conhecimento em desenvolvimento econômico e social, e mudou seu rumo para o atraso”, lamentou Vasconcelos.

Ele avalia que o mundo está em ritmo cada vez mais acelerado de mudanças, com a desigualdade e os problemas climáticos colocando sérios desafios à humanidade. “As nações que não estão trabalhando para ser protagonistas do seu próprio futuro correm sério risco de aprofundar seu subdesenvolvimento, incluindo uma nova modalidade de colonialismo cibernético. Este livro aponta para o que acreditamos ter que ser feito para construir um futuro marcado por prosperidade sustentável e socialmente justa. E mais importante, podemos fazê-lo! Basta querer…” 

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