O Acadêmico César Camacho, diretor geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, enviou o seguinte atigo ao JC e-mail, em 10 de fevereiro:

“Nos últimos dois meses o IMPA, Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, cumpriu a interessante tarefa de analisar nada menos que 85 candidaturas à duas posições de Pesquisador da Instituição, e 100 candidaturs à seis posições de Pós-doutorado de Excelência (bolsa do IMPA de dois anos de duração e de valor mensal R$ 7.500,00). O total do número desses candidatos foi de 170, já que 15 deles apresentaram-se aos dois concursos. Eles são provenientes de diversas regiões, com a seguinte distribuição: América do Norte 26 (Estados Unidos 20, Canadá 6), Ásia 43, (China 12, Índia 16), Rússia 9, Europa 66, América Latina 38, sendo 20 do Brasil, Austrália 1 e Nova Zelândia 2.

A carreira de Pesquisador do IMPA tem valores semelhantes ao da carreira de Ciência e Tecnologia, e os concursos consistem da análise de currículos e de cartas de referência de notáveis matemáticos do exterior. As duas posições oferecidas são em caráter “tenure-track”, isto é, as posições tornam-se permanentes, ou não, dependendo do desempenho científico do candidato, num período de quatro anos, avaliado pelo Conselho Técnico Científico do IMPA. Essas posições são abertas a jovens matemáticos com pelo menos dois anos de pós-doutorado no exterior.

Essa extraordinária demanda mostra que o IMPA está bem inserido no mercado internacional da Ciência, que as condições de trabalho que a Instituição oferece são bem apreciadas, mas também nos induz a crer que a crise internacional está afetando a oferta de trabalho científico no exterior e que esta pode ser uma excelente oportunidade para o país fortalecer suas instituições científicas, abrindo suas portas à demanda muito bem qualificada do exterior.

Na realidade este fenômeno vem ocorrendo desde 2009. Nesse ano houve um concurso do IMPA para preencher duas posições de pesquisador, com 36 candidatos e outro concurso para quatro vagas de Pós-doutorado de Excelência com 73 candidatos, todos do exterior.

Esse exemplo do IMPA sugere às nossas agências de fomento a oportunidade de uma oferta de bolsas de pós-doutorado em valores mais competitivos em nível internacional e às nossas universidades a conveniência de que seus concursos sejam mais atrativos a estrangeiros que desconhecem nossa língua, mas, que como a experiência tem mostrado, em pouco tempo se integram bem na nossa sociedade.”