Daniele Aparecida Matoso graduou-se em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e cursou o mestrado em Genética e Evolução na Universidade Federal de São Carlos (UFScar). Fez o doutorado em Genética pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pós-doutorado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), com período sanduíche na Universidade de Lisboa.

Tornou-se então professora na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), no Departamento de Genética, onde coordenou o grupo de Pesquisa de Biotecnologia e Citogenômica Animal, desenvolvendo em ecotoxicologia, citogenômica, epigenética e biologia molecular. Estudava a ação de contaminantes, como pesticidas, metais tóxicos, micro e nanoplásticos, em ambientes aquáticos naturais e controlados. Orientava ainda mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva do INPA. Realizou outro pós-doutorado na UEPG, no Programa de Pós-Graduação em Biologia Evolutiva (2023-2024).

A pesquisadora foi eleita como membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC) para o período 2012–2016, pela região Norte, onde atuava. Em entrevista dada na época do seu ingresso, afirmou seu interesse e dedicação também à divulgação científica. “Sempre gostei de apresentar minhas pesquisas para o público leigo, especialmente adolescentes, na tentativa de atraí-los para a carreira científica.” Para os jovens com os quais interagia, costumava destacar algumas das características que considerava básicas para um cientista, como perseverança, curiosidade e vontade de fazer a diferença. “Àqueles que pretendem seguir carreira, eu diria que fazer ciência no Brasil, ou em qualquer lugar do mundo, não faz a pessoa ficar rica, mas a faz ser uma pessoa melhor e feliz”, reforçou na ocasião.

Daniele Matoso morreu aos 47 anos, em 17 de fevereiro, após grande luta contra um câncer agressivo. A Diretoria da ABC apresenta seus pêsames à família.