Marcia Castro é professora titular de demografia e chefe do Departamento de Saúde Global e População na Escola de Saúde Pública de Harvard. É membra titular da Academia Brasileira de Ciências.


O mercado financeiro não sobreviveria sem a análise de dados. É ela que permite a detalhada avaliação de tendências e riscos e que informa a tomada de decisão. Em jogo estão investimentos de empresas, nações e indivíduos.

Na saúde, a análise de dados também permite a avaliação de tendências e riscos e informa a tomada de decisão. Entretanto, o que está em jogo são vidas!

O Brasil coleta sistematicamente dados de nascimentos, óbitos, hospitalizações, vacinação, e agravos de notificação compulsória, dentre outros. Isso é feito em todo o território nacional. A riqueza e singularidade das bases de dados de saúde no Brasil é evidente quando comparada com outros países.

Nos Estados Unidos, por exemplo, não há bases sobre agravos de saúde unificadas nacionalmente. Há estados americanos que até hoje não possuem dados de morte por Covid-19 por raça e etnia.

Os dados coletados no Brasil são a fonte de muitas análises retrospectivas que revelam, por exemplo, fatores de risco, padrões de desigualdade, caraterísticas sazonais de agravos e características de grupos e áreas vulneráveis. Essas análises são muito importantes.

Porém, análises prospectivas que tenham a agilidade e rapidez das análises do mercado financeiro também são necessárias. Aqui ressalto três aspectos.

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