O Prêmio Fundação Bunge, um dos mais importantes reconhecimentos de méritos científico, literário e artístico do País, anunciou os contemplados em sua 67ª edição.

O vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências para a Região Norte, Adalberto Luis Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) , será agraciado na categoria Vida e Obra no tema Soluções baseadas na natureza para agricultura sustentável e inclusiva, por seus trabalhos em bioindicadores para a qualidade ambiental, peixes e seus ambientes, uso sustentável de recursos naturais e ecotoxicologia. 

O professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP – Dracena), Fernando Shintate Galindo, será o agraciado na categoria Juventude, com pesquisadores de até 35 anos, por ter desenvolvido pesquisas em manejo sustentável de nutrientes e fitotecnia de culturas de interesse econômico, fertilizantes e adubação. Já Lissandra Amorim Santos, pesquisadora do Centro Internacional de Equidade em Saúde (International Center of Equity in Health – ICEH) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), receberá o prêmio, também na categoria Juventude, por suas pesquisas em desigualdades de gênero em nutrição e saúde, desigualdades raciais, saúde global, saúde pública, saúde da mulher, e nutrição materno-infantil. 

A cerimônia de entrega ocorrerá em setembro, na capital paulista. 

Vida e obra

Adalberto Luis Val é biólogo, com pós-doutorado na Universidade da Columbia Britânica, Canadá. Estuda adaptações biológicas às mudanças ambientais, tanto aquelas de origem natural como aquelas causadas pelo homem, em ambientes naturais e de criação (aquicultura).

Atuante no INPA-MCTI desde 1981, envolveu-se com análises das necessidades da Amazônia relacionadas à educação, ciência e tecnologia. Tem apoio financeiro de agências brasileiras (CNPq, Capes e Fapeam) e estrangeiras (International Copper Association e The Leverhulme Trust) e atualmente coordena o INCT Adapta. 

Como membro de sociedades científicas nacionais e estrangeiras, organizou mais de duas dezenas de eventos no Brasil e no exterior. Publicou mais de 210 trabalhos inéditos em periódicos nacionais e estrangeiros, mais de 20 capítulos de livros e livros; entre estes, Fishes of the Amazon and their Environment pela Springer Verlag e The Physiology of Tropical Fishes pela Academic Press (2006). Orientou mais de 120 estudantes em nível de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado.

Em 2005 foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências e atuou como seu vice-presidente para a Região Norte de 2007 a 2012 e de 2019 em diante. Foi diretor geral do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia de 2006 a 2014.

Recebeu a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico em 2002 e o Prêmio Excelência da American Fisheries Society em 2004. Em 2008 recebeu a Grande Ordem do Mérito Legislativo do Estado do Amazonas e em 2013 foi admitido na classe Grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Em 2015 recebeu o título de cidadão do Amazonas. Em 2016 recebeu a honrosa homenagem Anísio Teixeira da Capes/MEC. Em 2017 foi credenciado como professor adjunto da Escola de Pós-graduação da Universidade de Laval, Quebec, Canadá. Em novembro de 2021 foi eleito membro de pleno direito da Academia Mundial de Ciências (TWAS).

Prêmio teve recorde de indicados

Neste ano, o Prêmio Fundação Bunge contou com um número recorde de indicados. Ao todo, 120 pesquisadores foram recomendados por instituições públicas e privadas de ciência no país para serem homenageados, um aumento de 54% em relação a 2022, quando o Prêmio recebeu 78 indicações.