Confira a matéria d’O Globo sobre as perspectivas do novo governo em igualdade de gênero na ciência. O jornal ouviu várias pesquisadoras, entre elas a presidente da ABC, Helena Nader.
Apesar dos avanços, as mulheres brasileiras ainda estão longe de chegar aonde gostariam. A igualdade de gênero, destacada como prioridade pelo presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT), enfrenta desafios em três frentes importantes: na produção científica, na representatividade política e na busca de igualdade salarial.
As mulheres, embora sejam responsáveis por quase metade das pesquisas no país, aparecem bem menos na liderança acadêmica, em publicações e bolsas concedidas. A presença em cargos públicos está longe da paridade desejada. E os salários perdem para os dos homens, que foram 27,6% maiores no último trimestre deste ano, de acordo com o IBGE.
Na ciência, há uma expectativa de que a criação de um Ministério da Mulher, prometido para o governo Lula, possa acolher demandas antigas. Uma das principais, de acordo com a antropóloga Miriam Grossi, diretora da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, são mecanismos para aumentar o acesso de cientistas a bolsas de excelência. Grossi diz que as pesquisadoras, apesar da produção científica expressiva, são muitas vezes prejudicadas, pois as instituições levam em consideração os últimos cinco anos para a pontuação do candidato. No caso das mulheres, período muitas vezes interrompido por uma gravidez.
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