O artigo “Conservação do Cerrado é a chave para a crise hídrica”, escrito pelo Acadêmico Geraldo Wilson Fernandes e pelo pesquisador Cássio Cardoso Pereira, foi publicado na revista científica Science em 15/7.

Geraldo Wilson Fernandes é graduado em ciências biológicas (1983) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com mestrado em ecologia (1987) e doutorado em ecologia evolutiva (1992) pela Northern Arizona University, nos Estados Unidos. Realizou pós-doutorado (2015) na Stanford University, também nos EUA. Atualmente está vinculado no Brasil aos Programas de Pós-Graduação (PPG): PPG em Ecologia, Conservação e Manejo de Animais Silvestres (UFMG), PPG em Genética (UFMG), PPG de Biodiversidade e Uso dos Recursos Naturais (Unimontes) e PPG de Recuperação de Áreas Degradadas (UFV). É o principal investigador brasileiro de um projeto internacional (Cyted-Espanha) nas Américas que trata da relevância de áreas protegidas na geração de serviços ecossistêmicos cujo objetivo principal é investigar o desaparecimento de abelhas e reflexo na polinização, produção de mel e própolis.

No artigo, os pesquisadores relatam a crise hídrica brasileira de 2021, que desencadeou a pior seca do país em 91 anos. Além do uso irresponsável de água, do solo, e o aquecimento global, a perda da vegetação nativa do Cerrado brasileiro também é reponsável pelo agravavemento da crise hídrica que prejudica grande parte da população no país. Com dois milhões de quilômetros quadrados, ele abastece oito das 12 regiões hidrográficas do Brasil. Mesmo com toda essa importância, o Cerrado possui apenas 8,21% de seu território legalmente protegido por unidades de conservação. 

Ao longo do texto, os cientistas listam as principais medidas emergenciais que deveriam ser tomadas no país para o enfrentamento de crises hídricas futuras, que devem levar em conta o financiamento de ações de preservação da Amazônia e do Cerrado, que podem auxiliar na manutenção do clima e dos recursos hídricos.