Leia artigo publicado no Valor Econômico, em 20/4, de autoria do Acadêmico Virgilio Almeida, professor associado ao Berkman Klein Center da Universidade de Harvard, professor emérito da UFMG e ex-secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em conjunto com Francisco Gaetani, professor da Ebape-FGV:

De repente, em meio à pandemia, um novo conjunto de problemas invadiu o noticiário. “A clonagem de cartões de crédito bate recorde!”. “Dados de milhões de brasileiros e brasileiras vazados e tornados públicos!”. “Identidades roubadas tornam-se um problema cada vez mais frequente”. “População idosa é, cada vez mais, vítima de golpes digitais”. A conclusão é simples: no que se refere a criminalidade, o mundo online e o mundo físico já se fundiram.

A transformação digital na esfera criminal está se acelerando, em um momento em que o mesmo processo na sociedade brasileira no seu conjunto ocorre a uma velocidade menor. A criminalidade digital não se restringe apenas a fraudes e golpes. Os ataques e ameaças virtuais, hoje comuns contra jornalistas e personalidades públicas, não são virtuais apenas e por isso menos sérios. São ameaças contra a integridade física e reputação dos cidadãos, com reais consequências no mundo físico.

Correndo por fora, o mercado da segurança digital privado cresce rapidamente, puxado pelas instituições financeiras, mortalmente dependentes da confiabilidade de suas operações. Instituições como a Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas da União e o Ministério Público também se movem nesta direção, ainda que desajeitadamente, como os episódios recentes da vida política do país têm demonstrado. A tecnologia pode ajudar em muita coisa, mas não tem como resolver problemas relacionados com o devido processo legal, as relações entre os poderes da República e a politização do combate à corrupção.

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É óbvio para todas as partes envolvidas nesta conversa que o investimento digital é crucial para a transformação do país. Mas há um desdobramento que não é percebido com a mesma clareza: apostar na virada digital impactará positivamente em todas as esferas da economia e da sociedade, da vida pública e privada. Fica então a pergunta: por que o país está se movendo tão lentamente na direção de abraçar esta prioridade?

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