Leia a matéria de André Julião para a Agência Fapesp, publicada em 24/8:
O contexto atual de pandemia não deve desestimular a continuidade de medidas que têm sido tomadas em relação à bioenergia nos últimos anos. Com a queda na demanda por combustíveis, o setor pode passar por dificuldades nos próximos meses e incentivos são essenciais para manter a produção, que contribui, inclusive, para o cumprimento das metas de emissões de gases do efeito estufa. Essa foi uma das conclusões do webinar “The Biofuture Principles for post-COVID Recovery: an Agenda for Brazil”, realizado no dia 13 de agosto e disponível no YouTube.
O seminário on-line integra a programação da Brazilian Bioenergy Science and Technology Conference (BBEST) 2020.
Carlos Henrique de Brito Cruz, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que ocupou o cargo de diretor científico da Fapesp de 2005 a abril de 2020, lembrou que mais de 40% de todo o suprimento de energia do Brasil em 2019 veio de fontes renováveis. Dessa porcentagem, a maior parte, 16%, veio da energia gerada a partir da cana-de-açúcar.
“Ter 40% do suprimento primário de energia vindo de fontes renováveis é uma grande conquista do Brasil. É algo muito singular, muito especial e benéfico para o país e para o mundo. Além de gerar energia emitindo menos gases do efeito estufa, o programa de bioenergia brasileiro cria e mantém 594 mil empregos. A energia renovável, como um todo, mantém 893 mil empregos, o que é muito, especialmente no mundo de hoje. Portanto, é uma iniciativa que criou sustentabilidade para o país, autossuficiência em energia e empregos para os brasileiros”, disse Brito Cruz.