O grupo de 36 novos membros eleitos para a Academia Mundial de Ciências em 10/12/2019, que tomará posse em 2020, conta com a mais alta proporção de mulheres – 33% do total. Todas estão entre os mais destacados cientistas do mundo que vivem ou focam seu trabalho no mundo em desenvolvimento.

A Academia Mundial elegeu dois membros, do Nepal e da Noruega, países sub representados na TWAS. Dentre os outros 34, 12 são chineses, cinco são brasileiros, três indianos, três sul-africanos, dois são argentinos. Os seguintes países tiveram um eleito: Bangladesh, Canadá, Egito, Irã, Japão, Quênia, Nepal, Noruega, República da Coreia, Cingapura e Uganda.

Os membros passam a ser considerados como tal a partir de 1º de janeiro de 2020 e serão empossados na Reunião Geral da TWAS, no final de 2020.

Veja a lista completa.

Para ser membro da TWAS, o pesquisador precisa ser membro da Academia de Ciências do seu país.

Na área de biologia molecular, celular e estrutural, foi eleita Célia Regina da Silva Garcia, professora titular da Universidade de São Paulo (USP). Suas pesquisas deram novas contribuições ao entendimento aos sinais químicos que regulam o desenvolvimento do parasito da malária, que é um dos mais importantes problemas de saúde nos países em desenvolvimento, causando mais de 500 mil mortes por ano. Recebeu a Bolsa Guggenheim e é pesquisador nível 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Na área de sistemas biológicos e organismos, foi eleita Luisa Lina Villa, professora associada da USP. Suas pesquisas sobre a história natural da infecção de HPV levou ao reconhecimento de que a infecção persistente e de alto risco por este vírus é o fator principal de desenvolvimento de neoplasia cervical em mulheres e, para homens, contribuiu para o desenvolvimento de vacinas profiláticas. Ela recebeu o Prêmio TWAS, o Prêmio Peter Murányi, a Medalha Adolfo Lutz do Governo do Estado de São Paulo e a comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico do governo do Brasil.

Das ciências médicas e da saúde, foi eleito Wilson Savino, pesquisador titular e coordenador de Estratégias de Integração Nacional da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz). Suas pesquisas envolvem o entendimento da migração celular no sistema linfohematopoiético, migração e morte de linfócitos em doenças infecciosas, migração leucocitária em doenças autoimunes e transplante de órgãos, migração celular em leucemias e linfomas e imunoterapia, migração celular, terapia celular e em doenças neuromusculares. Recebeu a medalha e o diploma Luis Leloir.

Na área das ciências químicas foi eleito Edson Antonio Ticianelli, professor titular da USP. Ele fez contribuições excepcionais à eletroquímica, envolvendo oxidação de hidrogênio, redução de oxigênio, célula a combustível, eletrolisadores de água, redução de dióxido de carbono. É pesquisador de produtividade nível 1A do CNPq.

Nas ciências físicas, foi eleita Marcia Cristina Bernardes Barbosa, professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ela contribuiu para a compreensão do mecanismo por trás da alta mobilidade da água em condições extremas de temperatura e pressão, assim como em confinamento por nanoestruturas, como nano tubos de carbono. Recebeu a Medalha Dwight Nicholson 2009, o Prêmio L’Oréal-Unesco para Mulheres na Ciência, o Prêmio Anísio Teixeira da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a comenda da Ordem do Mérito Científico do governo brasileiro, entre outros.