Professor associado ao Berkman Klein Center da Universidade de Harvard e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Acadêmico e doutor em ciência da computação Virgilio Almeida foi o único latino-americano a integrar a Comissão Global sobre a Estabilidade do Ciberespaço.

No dia 12 de novembro, a comissão divulgou seu relatório final com oito normas para estimular um comportamento a ser seguido por governos, empresas e sociedade civil. O documento é resultado de um trabalho desempenhado durante 3 anos por representantes de uma ampla variedade de regiões geográficas, bem como partes interessadas do governo, indústria, técnica e sociedade civil com legitimidade para falar sobre diferentes aspectos do ciberespaço.

As normas são para: proteger o núcleo público da Internet; proteger a infraestrutura eleitoral; evitar adulteração; ir contra o comando de dispositivos ICT (Information and Communications Technology) em botnets – quando agentes de software são instalados, em massa e sem consentimento, para usar os recursos computacionais, de armazenamento ou de rede dos dispositivos; os estados criarem um processo de ações de vulnerabilidades; reduzir e mitigar vulnerabilidades significativas; a higiene cibernética como uma defesa fundamental; e ir contra operações cibernéticas ofensivas por atores não-estatais.

Almeida destaca três normas que representam bem os desafios enfrentados para a estabilidade no ciberespaço atualmente. Enquanto em um extremo está a norma para o núcleo central da Internet, que diz respeito às redes de comunicação, roteadores, sistemas de números e nomes; na outra ponta está a de higienização dos dispositivos, para proteger de ações maléficas que exploram vulnerabilidades dos softwares que não foram atualizados, e a normal de proteção dos sistemas eleitorais eletrônicos – como as urnas, máquinas, redes e softwares.

Segundo o Acadêmico, essa última é fundamental para “proteger a integridade dos sistemas eleitorais dos países e a democracia”.

O relatório completo pode ser acessado aqui: https://cyberstability.org/report/.