Dentro de casa, Valéria Carvalho e sua irmã mais nova já estavam acostumadas com a mãe, técnica em enfermagem, dizendo que um dia elas se tornariam doutoras. Hoje, aos 38 anos, a farmacêutica carrega no currículo não só o doutorado, como o pós-doutorado e o título de membro afiliada da Regional Norte da ABC, para o período de 2019 a 2023.
Nascida em Belém, no Pará, Valéria passou sua infância em Parintins, no Amazonas. Nessa época, gostava das brincadeiras mais variadas, como a de médico, amarelinha e jogar bola. E na escola, mantinha as ciências, o inglês e a educação artística como suas matérias favoritas.
Chegada a hora de escolher a carreira, a cientista já estava decidida pela área da saúde. Ainda assim, foi só em uma feira de vestibular, conversando com os graduandos dos cursos de saúde, que descobriu seu interesse pela farmácia e pela bioquímica.
Na Universidade Federal do Pará (UFPA), ingressou no curso de farmácia e logo começou a iniciação científica, o que, para Valéria, “fez toda diferença” na fundamentação de sua carreira. “Tive a oportunidade de ser inserida na área de pesquisa que trabalho atualmente”, ela explica.
Após a conclusão do curso, sob orientação da professora Conceição de Maria Almeida Vieira, fez o mestrado e o doutorado em biologia de agentes infecciosos e parasitários, dessa vez orientada pelo professor Pedro Fernando da Costa Vasconcelos. E, concluída a etapa na UFPA, a farmacêutica também realizou um programa de pós-doutorado na University of Pittsburgh, nos Estados Unidos.
Atualmente, Valéria integra o quadro de pesquisadores do Instituto Evandro Chagas, no Pará. Lá, conduz um trabalho sobre os arbovírus – vírus transmitidos por insetos -, investigando sua circulação em humanos, mosquitos e animais silvestres, sua caracterização genética e a infecção em animais de laboratório.
É no estudo dos arbovírus que a nova afiliada da ABC concretiza o que mais lhe encanta na ciência: descobrir novos métodos, ampliar o conhecimento e esclarecer até mesmo os pontos mais obscuros.