Leia artigo do Acadêmico Antonio Gomes de Souza Filho para NABC:

Os cortes nos orçamentos das agências de fomento nos últimos 5 anos e a diminuição dos investimentos nas Universidades brasileiras têm sufocado o ecossistema de pesquisa científica e educação superior pública. Pesquisas relevantes para a competividade econômica do país e para o entendimento dos nossos problemas sociais tem sido interrompidas e muitos cientistas renomados já deixaram o país. As sociedades científicas têm se posicionado de forma firme alertando para os governos os danos irreversíveis que a diminuição dos investimentos irá causar à capacidade científica e tecnológica do País e o atraso que iremos amargar nos próximos anos. Mesmo com esses alertas, observa-se que os investimentos na área de educação, ciência e tecnologia tem diminuído sistematicamente (ver gráfico elaborado por Fernanda De Negri), e com cortes desproporcionais em relação às outras áreas do orçamento, e sem nenhum sinal de reversão.

(Fernanda de Negri, IPEA)

Os anúncios recentes do corte de bolsas do CNPq, da CAPES bem como o projeto de orçamento para 2020 (corrigido pela inflação é o mesmo de 2006!) das agências federais colapsam o sistema de ciência e tecnologia, e se não forem revertidos, todos os avanços que realizamos nas últimas duas décadas serão comprometidos seriamente. Mais sério ainda é o fato de que nosso país perderá sua competitividade científica e tecnológica no mundo em que a economia e a geopolítica são determinadas pelo conhecimento. Nesse passo, seremos cada vez mais periféricos na agenda global de desenvolvimento econômico e social!

A execução plena dos orçamentos aprovados para 2019 para as agências de fomento já configurava um cenário MUITO PREOCUPANTE; mas com os cortes anunciados recentemente para as bolsas e a proposta orçamentária de 2020 o cenário é CATASTRÓFICO!

A universidade pública brasileira responde por quase a totalidade da pesquisa científica realizada no país e é o único lugar que todos os “Brasis” se encontram, e por essa razão (e muitas outras!) devemos mantê-la e fortalece-la como o nosso maior patrimônio nacional de promoção humana e social! Nessa marcha desenfreada de desvalorização da ciência e precarização das nossas universidades realmente não precisamos do “future-se”, pois já temos o “liquide-se”.

PS. O fundo eleitoral aumentou 48%.