O físico nuclear Mahir Saleh Hussein morreu na última quinta-feira (16/05), aos 74 anos, por insuficiência renal decorrente de câncer.
Hussein era professor aposentado do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e professor sênior do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), onde coordenava o Grupo de Pesquisa Astrofísica Nuclear Não Convencional.
Hussein nasceu em Bagdá, no Iraque, onde se graduou em física em 1965. Tornou-se doutor pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, em 1971, mesmo ano em que iniciou sua carreira no IF-USP. Por suas relevantes contribuições para a teoria das reações nucleares ao longo de quatro décadas, foi nomeado Fellow of The American Physical Society (APS) em 2014. [Foi também membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Academia Mundial de Ciências (Twas, na sigla em inglês)].
Coordenou ao longo da carreira diversos projetos com apoio da FAPESP, entre eles um Temático ainda vigente: “Dinâmica de sistemas de muitos corpos IV”.
Suas pesquisas situavam-se principalmente nos campos de teoria de reações, condensado de Bose-Einstein, caos quântico e sistemas dinâmicos. Publicou mais de 320 artigos e recebeu mais de 6.100 citações. Colaborou com mais de 300 pesquisadores durante os últimos 40 anos e organizou inúmeros eventos científicos nacionais e internacionais. Era titular de duas patentes.
“Realmente nessa área [física teórica] é muito difícil conseguir patentes porque é um trabalho muito conceitual. Mas publicamos pesquisas com boa repercussão e começamos a ser citados. O primeiro estudo de destaque está relacionado à interação entre núcleos esféricos e núcleos deformados. Acho que a interação com cientistas dos mais diversos lugares proporcionou muitas possibilidades, inclusive registrar patentes”, disse Hussein em entrevista concedida ao Jornal da USP em 2015.