O presidente eleito da Sociedade Real do Canadá, Jeremy Nichol McNeil.

Promovendo a formação de um grupo de acadêmicos, pesquisadores e pessoas criativas no Canadá, a missão da Sociedade Real do Canadá (RSC, na sigla em inglês) é reunir uma equipe capacitada para fornecer liderança intelectual para o desenvolvimento do Canadá e do mundo.

A RSC é uma corporação federal que engloba três academias: a Academia de Artes e Humanidade, a Academia de Ciências Sociais e a Academia de Ciência. Além disso, a organização mantém ainda uma terceira entidade, a Faculdade de Novos Acadêmicos, Artistas e Cientistas, voltada para jovens intelectuais que nasceram ou residem permanentemente no país.

Secretário de Relações Internacionais da RSC durante 7 anos, o cientista Jeremy Nichol McNeil é o novo eleito para a presidência da sociedade. É graduado em zoologia pela Universidade do Oeste de Ontário, no Canadá, e doutor em entomologia/ecologia pela Universidade do Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos.

McNeil assumiu em 2018 a posição de membro correspondente da Academia Brasileira de Ciências (ABC). O pesquisador também está envolvido com a colaboração científica internacional por meio de sua posição como copresidente da Rede Interamericana de Academias de Ciências (Ianas, na sigla em inglês).

Logo da RSC. Imagem: RSC

Para o acadêmico, é essencial que as academias de ciência do mundo inteiro possam contribuir umas com as outras. Ele explica que, por mais que cada país enfrente desafios específicos, há muitos problemas que são enfrentados a nível global, e podem ser superados com a ciência. “Ao invés de todo mundo tentar reinventar a roda, nós estaremos muito melhor trabalhando juntos”, brinca o cientista. Experiente no tema devido a sua atuação na Ianas e como secretário de Relações Internacionais da RSC, o cientista ainda afirma que a cooperação internacional será uma de suas prioridades como presidente da RSC.

Como organização científica de alcance internacional, outras preocupações da RSC são a divulgação científica entre crianças e adolescentes e a formação de jovens cientistas. McNeil relata que sempre que a RSC realiza simpósios pelo Canadá, os cientistas entram em contato com os estudantes de ensino médio das escolas locais e os convidam a conhecer um pouco mais da atuação científica.

Além disso, eles trabalham em conjunto com a Let’s Talk Science, uma organização canadense focada em educação e divulgação para apoiar o desenvolvimento da juventude, por meio de programas e serviços de aprendizado que envolvem crianças, jovens e educadores em ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Sobre o apoio a carreira de jovens cientistas, este acontece especialmente por meio da Faculdade de Novos Acadêmicos, Artistas e Cientistas da RSC. A entidade multidisciplinar reúne intelectuais em um estágio altamente produtivo de suas carreiras para abordar questões particulares a esses acadêmicos, artistas e cientistas, contribuindo para o avanço da compreensão e o benefício da sociedade. Uma vez nomeados, os acadêmicos assumem o compromisso de tornar o conhecimento que adquiriram acessível ao público geral.

O pesquisador explica que, como qualquer outro país desenvolvido, “o Canadá está tentando avançar”, e para isso são necessárias novas tecnologias que se tornam realidade graças a ciência básica. As atividades comerciais se beneficiam diretamente do investimento realizado pelo governo em ciência e tecnologia.

Como cientista, McNeil percebe a responsabilidade de comunicar não só aos governantes, mas também a toda a sociedade sobre as descobertas científicas. Ele alerta: “Nós, infelizmente, temos uma tendência, como seres humanos, de buscar as fontes que falam o que queremos ouvir, ao invés de tentar nos informar de fato”. “Como cientistas, apresentamos [os dados] ao público para que eles tomem decisões baseadas no conhecimento, e não no que alguém falou que era bom ou ruim”, explica o acadêmico.