fva_8206.jpgO físico e presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, participou do ciclo de apresentações “Ciência às Seis e Meia” em comemoração ao Dia Internacional da Luz. O evento ocorreu no fim da tarde do dia 02 de maio no Museu do Amanhã, organizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Os convidados foram recebidos pelo Diretor de Conteúdo do Museu do Amanhã, Alfredo Tolmasquim, pelo Leandro Lobo, Secretário Regional da SBPC Rio de Janeiro e pelo presidente da SBPC, Ildeu Moreira, que deram boas vindas ao palestrante e aos ouvintes, reforçando a participação da SBPC na comemoração do Dia Internacional da Luz, uma iniciativa global e coordenada pela UNESCO.

fva_8183.jpgCom o título “O Intrigante Mundo da Luz”, Luiz Davidovich apresentou a evolução do entendimento e controle da luz através de uma perspectiva histórica. Começando em 1000 A.C., quando Alhazen, considerado o criador da ciência óptica, desvendou o funcionamento da visão, derrubando a teoria de que a visão funcionava através de raios emitidos dos olhos e “sentiam” os objetos, como se fosse uma extensão do tato. Até os anos mais recentes, com a criação do laser e a descoberta de um novo campo da física, a quântica.

O público pode se deliciar com as demonstrações de experimentos da física clássica, mesmos experimentos que foram desenhados por grandes pesquisadores da física óptica. A coordenadora do Laboratório Didático do Instituto de Física (LADIF/UFRJ), Elis Sinnecker, junto com o monitor Rafael Salles Lemes apresentaram o experimento de Young, demonstrando que a luz pode se comportar como uma onda e o experimento do Prisma de Newton, demonstrando a decomposição da luz branca em várias cores, seguindo o padrão do arco-íris.

Ao decorrer da apresentação, ficavam claras as contribuições em nosso cotidiano devido aos estudos em torno da luz: aplicação de lasers em cirurgias, transmissão de informação, produção de chips de computadores e celulares e cortes de precisão em materiais, contribuições essenciais na tecnologia atual.

Além destas aplicações já conhecidas da ciência, Davidovich adiantou ainda que há pesquisas específicas voltadas para novas aplicabilidades da luz. E esse é o caso da área quântica, onde a comunicação quântica permite ter uma troca de informação entre lugares muito distantes, enquanto a criptografia quântica pode atuar na proteção desses e de outros dados.

Porém, para Luiz Davidovich, o que deve impulsionar as pesquisas científicas não são apenas as potencialidades de aplicação da tecnologia, mas também o desafio de “conhecer e entender melhor o universo”. Segundo ele, as forças motrizes de jovens cientistas como Planck, Marie Curie e Einstein eram a curiosidade e a paixão pelo conhecimento. Os fundadores da física quântica não tinham nenhuma ideia de possíveis aplicações da teoria que desenvolviam. No entanto, cem anos depois, as repercussões de suas descobertas mudaram o nosso cotidiano.