As fontes alternativas de em energia e sustentabilidade foi o tema debatidos na manhã de sexta-feira (07/12), último dia do 4° Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência 2013, realizado em Salvador e que teve início na quarta-feira (05/12). Quatros palestrantes debateram o primeiro assunto na parte da manhã. O papel das fontes alternativas renováveis de energia no atendimento a minirredes isoladas foi a primeira apresentação, feita professor titular João Tavares Pinho, da Universidade Federal do Pará (UFPA).
De acordo com ele, as minirredes tem um papel importante na região norte, porque um grande número de pessoas vivem em comunidades isoladas, sem acesso às redes normais de transmissão de energia. “Apenas no Pará, são 280 mil habitantes que vivem isoladas individualmente ou em pequenas comunidades”, contou Pinho, que é coordenador do Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Alternativas Energéticas (Gedae), da UFPA, e do Instituto Nacional de Ciência e tecnologia de Energias Renováveis e Eficiência Energética da Amazônia (INCT-EREEA). “Estima-se que esse número seja pelo menos 20% maior e que no Brasil chegue a 1,1 milhão de pessoas. Há pouca preocupação real com essa população.”
Durante sua palestra, Pinho falou sobre os vários projetos e minirredes implantadas pelo Gedae no Pará. O grupo usa várias fontes para gerar energia, como solar (fotovoltaica e térmica), eólica, hídrica (hidrelétricas de pequeno e médio prazo) biomassa (combustão, gaseificação e óleos, por exemplo), marés e ondas. Apesar dos avanços, ainda há problemas a serem resolvidos para que as minirredes se tornem a solução para o fornecimento de energia para comunidades isoladas da Amazônia. “Um dos maiores é a sustentabilidade dos sistemas de eletrificação de áreas isoladas”, explicou. “Fatores como pobreza, falta de instrução e de políticas públicas ou a má utilização da energia tornam a sustentabilidade difícil.”
Para superar isso, é importante determinar o real potencial dos recursos e das demandas energéticas das comunidades isoladas. Além disso, é necessário difundir o conhecimento sobre as tecnologias e capacitar recursos humanos para lidar com elas. “Deve-se também apoiar as instituições de ensino e pesquisa e nacionalizar os equipamentos”, disse Pinho. “Assim como estabelecer regulamentação e normatização apropriada e criar reais possibilidades de aplicações produtivas da energia gerada pelas minirredes.”