Nos dias 30 e 31 de outubro, no Planetário do Rio de Janeiro, um auditório lotado de professores de diversas regiões do estado compartilhou experiências bem sucedidas realizadas no âmbito do Programa ABC na Educação Científica – Mão na Massa em todo o país, desenvolvido pela Academia Brasileira de Ciências desde 2001, com o apoio da FINEP e do CNPq. Hoje, o programa conta também com o importante apoio da Petrobras.

O programa tem como objetivo contribuir para a melhoria do ensino de ciências no ensino básico, capacitando professores a trabalhar a ciência com seus alunos de forma investigativa, estimulando a curiosidade e desenvolvendo a capacidade de comunicação e expressão. Na mesa de abertura do evento estavam o coordenador nacional do programa, o Acadêmico Diogenes de Almeida Campos; a diretora-geral de Programas e Projetos da Superintendência Pedagógica da SEEDUC, Magda Sayão; Ricardo Latgé, da Diretoria de Exploração e Produção da Petrobras; Françoise Chambeau, adida de Cooperação Linguística e Educativa do Consulado francês; Roseli Lopes, diretora da Estação Ciência – USP; Dietrich Schiel, do CDCC-USP e Lia Faria, diretora da Faculdade de Educação da UERJ.


Dietrich Schiel, Diogenes Campos, Lia Faria, Ricardo Latgé, Magda Sayão,
Simon Schwartzman, Roseli Lopes e Ernst Hamburger

Diogenes Campos abriu o evento destacando a importância do ensino da ciência desde o ensino básico para o desenvolvimento do país, mostrando o valor da participação da Academia Brasileira de Ciências como catalisadora das ações em prol da educação científica. Ressaltou ainda a necessidade “de se sair do estágio de piloto para uma escala regional ou nacional.” Representando a secretária Teresa Porto, impedida de comparecer, Magda Sayão demonstrou a satisfação do governo do Estado em apoiar iniciativa de extrema importância e de alta qualidade, dados os expressivos resultados. “Os jovens devem ser instigados a conhecer o mundo que os cerca. Com esse Programa, estamos dando aos professores da nossa rede a oportunidade de desenvolver um trabalho diferenciado, que desperta nos estudantes a curiosidade pela ciência aliada à tecnologia”.

Ricardo Latgé destacou sua satisfação pessoal por esta representando a Petrobras num evento cujo tema deve mobilizar a sociedade brasileira. Reafirmou o compromisso da Petrobras com projetos como o ABC na Educação Científica, “que são fundamentais para a construção de um país mais solidário, garantindo aos jovens melhores oportunidades para um futuro mais promissor.” Na visão de Roseli Lopes, a experiência da educação continuada possibilitada pelo Programa dá aos professores a liberdade de aprender, vivenciando junto com o aluno o processo de “abrir as caixas pretas do conhecimento sobre o dia a dia, sobre os objetos e o mundo que nos cerca”.

O Programa ABC na Educação Científica – Mão na Massa nasceu da parceria entre a Academia Brasileira de Ciências e a Academia de Ciências da França – onde foi criado o programa original, La Main a la Patê – e, segundo Françoise Chambeau, vem dinamizando as relações de parceria. Comemorando o Ano da França no Brasil, o Consulado francês reafirmou seu interesse em acompanhar o processo dos professores dos dois países e dar continuidade ao apoio. “Em nome da Embaixada da França, posso dizer que na agenda de 2010 está prevista a organização de um evento internacional e gostaria de cumprimentar os responsáveis pela manutenção do alto nível do projeto, que visa lutar contra a evasão escolar e melhorar a qualidade do ensino de Ciência, colocando o aluno no centro do processo educacional.”

Para Lia Faria, “o melhor desse momento são vocês, professores e alunos presentes, comprometidos com as próximas gerações”. Ela acentuou que todos os presentes fazem parte de um grupo de privilegiados num país de excluídos, “mas são pessoas com vontade de construir, de contribuir para a disseminação de conhecimento, que é um investimento a médio e longo prazo.” Lia concluiu citando Thiago de Mello: “Precisamos ter a humildade de saber que podemos fazer muito pouco. Então façamos.”