A biomédica Valeria Cristina Sandrim, mestre em Biotecnologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), doutora em Farmacologia pela Universidade de São Paulo (USP), pós-doutoranda pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e pela Harvard Medical School do Beth Israel Deaconess Medical Center, foi a ganhadora do Prêmio LOréal para Mulheres na Ciência 2009 na área das Ciências Biomédicas.
Com o projeto “Avaliação da expressão gênica global em culturas de células endoteliais incubadas com plasma de gestantes com pré-eclâmpsia severa: enfoque no valor preventivo e terapêutico dessa ferramenta (microarray)”, a pesquisadora da Santa Casa de Belo Horizonte explica que o objetivo de seus estudos é avaliar como fatores liberados da placenta alteram a dinâmica das células endoteliais, levando aos sinais clínicos da pré-eclâmpsia. Segundo a cientista, com este conhecimento será possível propor intervenções terapêuticas que previnam tais alterações.
Para a pesquisadora, o prêmio é um valioso reconhecimento à dificuldade enfrentada pelas jovens cientistas para fazer pesquisa no Brasil. “Em muitos momentos esta é acompanhada de decepções e frustrações, mas é em momentos como este, da premiação, que sentimos que a dedicação dispensada a cada projeto realizado realmente vale a pena”, avalia.
Valeria Cristina ressalta que o prêmio não só brinda as vencedoras com uma importante bolsa de financiamento, mas também com uma visibilidade nacional antes desconhecida. “Este prêmio, reconhecido por premiar pesquisadoras de excelente nível, nos coloca no mesmo patamar, o que é muito valioso para nossa carreira, inclusive em pedidos de outros financiamentos”, observa. Com o valor do auxílio, a biomédica pretende comprar materiais necessários à realização do microarray e outras análises de expressão gênica. “Todo pesquisador que está começando sua carreira, após o doutorado, necessita de fomento. Recentemente, estão ocorrendo no Brasil investimentos pesado. Entretanto, sempre competimos com pesquisadores de alto gabarito e com maior experiência. Portanto, um prêmio como este, direcionado à recém-doutoradas, é diferenciado”, argumenta.
A cientista conclui avaliando o novo peso da mulher na Ciência brasileira.”Por muitos anos, apenas homens foram reconhecidos na ciência. Hoje, esta situação esta mudando. Quando pensamos, por exemplo, em genética humana ou células tronco, logo vêm os nomes das Profªs Mayana Zatz e Lígia Veiga. Isso demonstra uma maior valorização das mulheres e este prêmio incentiva esta nova história que esta sendo escrita”, comemora Valéria.