Leia coluna de Helton Simões Gomes na TILT UOL, publicada em 3 de outubro:
“Parte da razão pela qual uma empresa pode usar os seus e os meus dados com salvaguardas reduzidas é porque estamos no ‘modo faroeste’, com pouca governança em torno desta tecnologia”, disse Tshilidzi Marwala, reitor da Universidade das Nações Unidas e subsecretário-geral da ONU.

Também engenheiro de IA, o subsecretário-geral da ONU explicou o que está em jogo quando o assunto é coordenar interesses para construir uma tecnologia que seja responsável e ética. “Quando a questão é a aplicação responsável da IA, devemos nos perguntar: você não acha que armas autônomas letais devem ser regulamentadas internacionalmente da mesma forma que controlamos a proliferação da tecnologia nuclear ou das armas biológicas? Sim, afinal, a IA torna as armas muito mais perigosas.”
Em uma disputa dominada por empresas dos EUA e da China, como tem sido a corrida da IA, qual papel podem ter os países do Sul Global, como Brasil e África do Sul?
Tshilidzi Marwala: Primeiramente, esses países precisam começar a lidar com os problemas do Sul Global. Há questões com que a IA pode lidar e que não estão sendo tratadas pelas empresas do Norte Global?
No meu próprio país, por exemplo, há grandes parques onde alguns animais estão em perigo. Qual é o papel da IA para estimar o tamanho de populações ou identificar esses animais automaticamente? Apenas uma empresa da África do Sul poderia fazer isso, porque há toda economia em torno disso.
O Brasil é um país muito importante e uma das oportunidades que eu espero que o país busque é desafiar o modelo de computação alimentada por fontes de energia não renovável. Países como o Brasil podem liderar o desenvolvimento de IA ambientalmente responsável, que considere conhecimento indígena, resolva problemas que importam e não necessariamente leve à militarização da tecnologia.
(…)
Leia a entrevista na íntegra no site de TILT UOL