Na tarde de 22 de setembro, a Academia Nacional de Engenharia recebeu a presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) para a assinatura de um acordo de cooperação, no primeiro dia do seu Seminário Anual. A proposta é que as duas Academias e mais a Academia Nacional de Medicina (ANM) passem a atuar em conjunto em alguns temas, a partir dos quais possam formular e encaminhar soluções para os principais desafios tecnológicos e sociais do país.
A presidente da Academia Nacional de Medicina e membra titular da ABC, Eliete Bouskela, impossibilitada de comparecer, enviou o documento já assinado para que fossem colhidas as assinaturas dos presidentes das outras duas instituições irmãs. Mário Luiz Menel da Cunha assinou pela ANE e Helena Nader, pela ABC.
Helena agradeceu ao presidente da ANE pela iniciativa e acredita que de fato poderá ocorrer uma parceria. “Esse documento assinado não pode ser apenas um papel. Precisamos pensar em algumas atividades, ainda esse ano, para iniciar o ano de 2026. Temos muitos objetivos em comum”, afirmou Helena. Para ela, “unir esforços para nos conectar com a sociedade torna essa meta mais possível.”
Ela se referiu às Academias de Ciências da Rússia, da China e dos EUA. “Essas são Academias ligadas diretamente aos governos. Inclusive, por conta disso, nessa crise que está acontecendo nos Estados Unidos não houve nenhuma reação por parte da Academia Nacional de Ciências (NAS), nem das academias de Engenharia ou de Medicina. Aliás, nem da AAAS [American Association for the Advancement of Science], que corresponde à nossa Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a SBPC. Nós aqui somos da sociedade civil, então podemos fazer muita coisa juntos.”
Helena citou ainda a Nova Indústria Brasil (NIB), plano governamental de implantação da nova política industrial, que foi criada com o objetivo de reverter a desindustrialização que vem ocorrendo desde os anos 90 e de promoçver a denominada neoindustrialização. Ela aplaude a iniciativa e pensa que pode haver espaço para inserção da visão da ciência. “Devemos a essa sociedade um país socialmente justo, com um meio-ambiente equilibrado. Quem sabe conseguimos fazer essa grande transformação unindo os conhecimentos das outras ciências com as engenharias e a medicina”, finalizou a presidente da ABC.