Exploração de petróleo na margem equatorial demanda mais estudos e salvaguardas, diz Academia Brasileira de Ciências

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Leia matéria de Nicola Pamplona para a Folha sobre documento lançado pela ABC em 7/8:

A ABC (Academia Brasileira de Ciências) pede mais estudos técnicos e propõe a adoção de medidas para mitigar emissões e proteger manguezais para a liberação da exploração de petróleo na margem equatorial, hoje alvo de um conturbado processo de licenciamento ambiental.

A entidade diz que, para além do risco de impactos locais, a decisão de abrir uma nova fronteira exploratória de petróleo e gás não pode ser tomada isoladamente, “dissociada da ampla agenda global de enfrentamento das mudanças climáticas”.

Com apoio do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sob protestos de organizações ambientalistas, a Petrobras negocia com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) a licença ambiental para o primeiro poço em águas profundas na bacia da Foz do Amazonas.

A bacia é considerada a mais promissora da margem equatorial, região que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, após descobertas gigantes de petróleo na Guiana. A exploração no local é defendida pelo governo e pelo setor como fundamental para repor as reservas brasileiras de petróleo.

Segundo a ABC, a preservação de ecossistemas da região é importante tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico. A porção norte da margem, próxima à da foz do rio Amazonas, por exemplo, envolve ambientes sensíveis, como os recifes da margem amazônica, sistemas ricos em biodiversidade e em recursos pesqueiros.”

(…)

Como instrumentos de mitigação, o trabalho propõe projetos de reflorestamento de áreas degradadas, sistemas de proteção dos manguezais, fomento a mobilidade urbana de baixo carbono, investimento em tecnologias de captura de carbono e apoio direto a comunidades locais.

(Nicola Pamplona para a Folha de S. Paulo, 7/8/2025)