*Artigo dos presidentes de ABC e SBPC para a Folha.
No editorial “Não haverá dinheiro que baste para universidades públicas” (23/5), a Folha afirmou que a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) adotaram “tom catastrofista” ao alertar sobre decreto que restringia o orçamento das universidades federais.
É legítimo que o jornal sustente sua posição favorável à privatização do ensino superior público. Também é legítimo de nossa parte apresentar argumentos que contestam a proposta e reforçam a defesa dessas instituições.
As universidades públicas são responsáveis por mais de 90% da produção científica do Brasil e ampla formação de quadros profissionais. Ao classificá-las como parte de “modelo custoso, iníquo e de baixo incentivo à eficiência”, o editorial desconsidera sua contribuição inestimável para o desenvolvimento econômico e social do país.
Apesar do pouco investimento, o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking global de publicações científicas, sendo a maioria vindas de universidades públicas. Índice da Nature sobre líderes na ciência mostra que, de 137 instituições acadêmicas brasileiras listadas, metade são federais, distribuídas por todas as regiões.
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Leia a resposta completa na Folha de S. Paulo.
Presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e professora emérita da Escola Paulista de Medicina da Unifesp
Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), professor da USP e ex-ministro da Educação (governo Dilma, 2015)