Nos dias 22 e 23 de fevereiro, foi realizado o Simpósio “O Frio Está Ficando Quente”, no famoso Museu Oceanográfico de Mônaco. O evento, aberto pelo Príncipe Albert II, contou com o Acadêmico Jefferson Cardia Simões – que é pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e vice-presidente do Comitê Científico de Pesquisa Antártica do Conselho Internacional de Ciência (ISC) – e Henry Burgess, presidente do Comitê Internacional de Ciência Ártica.

O evento reuniu alguns dos principais cientistas polares para avaliar o rápido aquecimento atmosférica das regiões polares nos últimos dez anos –  até quatro vezes maior do que a média global -, as consequências globais e a participação da comunidade polar – que envolve a comunidade científica, a comunidade política e as populações nativas do ártico na COP 29 e 30, e no Fórum Econômico Mundial.

Jefferson Simões é o terceiro da esquerda para a direita, ladeado pelo Príncipe Albert II à sua esquerda e pelo ex-presidente da Islândia, Ólafur Grimsson, à sua direita

Simões relatou que “mais uma vez, enfatizou-se a sensibilidade das regiões polares às mudanças climáticas – que é maior do que a dos trópicos – e que pontos de ruptura podem ser lá ultrapassados mais rapidamente.”

No evento, foi identificada a necessidade de fóruns económicos e políticos reconhecerem essa sensibilidade, ou seja, que mudanças do clima não se restringem às latitudes baixas.

“Também foi enfatizada a necessidade de inclusão dos povos indígenas do Ártico”, destacou Simões. “Já as nações africanas devem ser incluidas nos fóruns antárticos, particularmente na discussão sobre o impacto das mudanças do Oceano Austral na África Austral”, ressaltou o glaciologista.