A nova série do GNT (@gnt) e da Grifa Filmes (@grifafilmes), “Ciência, Substantivo Feminino”, que estreia em 4 de fevereiro, apresenta as contribuições fundamentais de mulheres brasileiras à ciência. A temporada conta com cinco episódios, de 26 minutos cada, exibidos aos domingos, às 23h no canal GNT. O conteúdo também estará disponível no Globoplay.

Cada episódio contará a história de duas cientistas, do passado e do presente, cuja trabalho de alguma forma se interliga. No primeiro, o público irá conhecer duas Acadêmicas fundamentais à agronomia brasileira. Johanna Döbereiner (1924-2000) pesquisou bactérias fixadoras de nitrogênio para diminuir o uso de fertilizantes nas culturas de leguminosas, como o feijão e a soja. Além disso, ela descobriu que esses microrganismos também agem nas gramíneas, classe de plantas que compreende o arroz, o milho e a cana-de-açúcar.

Mas Döbereiner não se limitou às pesquisas em laboratório. Ela convenceu as autoridades a investir nessas bactérias para melhorar a produtividade da agricultura brasileira e formou novas gerações de cientistas. Entre suas discípulas está Mariangela Hungria, que atualmente é uma das principais cientistas da área no Brasil e no mundo. Pesquisadora da Embrapa Soja em Londrina-PR, Mariangela desenvolveu dezenas de tecnologias para levar as bactérias fixadoras de nitrogênio aos agricultores de todo o país, gerando uma economia de US$ 25 bilhões por ano.

Mas a participação de membras da ABC não para por aí. Outras três Acadêmicas serão representadas nos episódios seguintes, são elas: Elisa Frota-Pessoa (1921-2018), segunda mulher a se formar em Física no Brasil e uma das pioneiras em abrir as portas do ensino superior às mulheres; Marta Vannucci (1921-2021), uma das fundadoras da Oceanografia brasileira e primeira mulher a fazer parte da ABC; e Mayana Zatz uma das maiores expoentes em pesquisas genéticas na atualidade e especialista nos processos genéticos do envelhecimento.

Além de mostrar as trajetórias ainda pouco conhecidas das cientistas, a série discute as barreiras que ainda existem para a ciência feminina, como a maternidade ainda é usada para bloquear avanços na carreira, e o gargalo no acesso aos cargos de liderança científica.

As protagonistas da série: Johanna Döbereiner, Mariangela Hungria, Elisa Frota-Pessoa, Marta Vannucci e Mayana Zatz

Confira todos os episódios:

4 de fevereiro – Johanna Döbereiner e Mariangela Hungria

O ano de 2024 comemora o centenário do nascimento de Johanna Döbereiner, cuja trajetória é contada por meio de imagens do seu arquivo familiar e de trechos de entrevistas que ela concedeu em vida, junto a depoimentos de sua biógrafa e de cientistas que foram formados por ela. O programa também acompanha Mariangela Hungria em sua rotina no seu centro de pesquisa no Paraná e na companhia das duas filhas.

11 de fevereiro – Bertha Lutz e Kellen Vilharva

Dos caminhos abertos por Bertha Lutz, bióloga, feminista e uma das principais ativistas na luta pelos direitos da mulher no Brasil no século 20, à atuação da cientista indígena Kellen Vilharva, que estuda como plantas sagradas dos povos indígenas podem trazer respostas para a medicina tradicional, o que mudou em relação à participação das mulheres na ciência? Neste episódio, vamos conhecer as trajetórias de duas mulheres que não separam ciência da política e entender por que a neutralidade da ciência é um mito.

18 de fevereiro – Elisa Frota-Pessoa e Sonia Guimarães

Quais são as nossas referências femininas na ciência? Por que representatividade importa? Cada uma em seu tempo, duas mulheres pioneiras na Física, Elisa Frota-Pessoa, a segunda brasileira a se formar neste curso, e Sonia Guimarães, a primeira mulher negra doutora em Física no Brasil, desbravaram caminhos de maneira solitária, sem referências nas quais se inspirar ou se apoiar. Enquanto Elisa abriu novas possibilidades para mulheres ingressarem na carreira científica, Sonia combate uma barreira que vai além do machismo: o racismo.

25 de fevereiro – Maria José Deane e Mayana Zatz

Maria José Deane, parasitologista, e Mayana Zatz, geneticista, são cientistas pioneiras da área da saúde pública, em diferentes tempos. Elas dedicaram suas carreiras para melhorar as condições de saúde dos brasileiros e brasileiras. No século passado, enquanto Maria Deane era uma das únicas mulheres em um meio dominado pelos homens, sua atuação ficou na sombra de seu marido, Leônidas Deane, com quem colaborou profissionalmente durante toda a vida. Já Mayana Zatz, que é referência na pesquisa genética no país, recebeu dezenas de prêmios e reconhecimentos por seu trabalho científico e se tornou uma inspiração para as novas gerações de cientistas.

3 de março – Marta Vannucci e Marcelle Soares-Santos

Do oceano ao espaço. Do pioneirismo da oceanógrafa Marta Vannucci, primeira mulher a fazer parte da Academia Brasileira de Ciências, em 1967, à carreira de sucesso no exterior da astrofísica Marcelle Soares-Santos, uma das jovens cientistas mais premiadas do mundo, como a participação das mulheres na ciência mudou ao longo dos anos? O quanto ainda precisamos avançar?