Um dos maiores patrimônios do Brasil é, sem dúvidas, a diversidade biológica — e o agronegócio é o setor de maior crescimento no país. No entanto, essas duas riquezas não são aproveitadas em seus potenciais: muito pouco do patrimônio da biodiversidade do país é utilizada para o agronegócio. Essa “falha de comunicação” impede o Brasil de alavancar uma bioeconomia sem precedentes. Além disso, temos colocado boa parte da rica biodiversidade de todos os nossos biomas em risco ao longo das últimas décadas.

Em um território amplo como o Brasil, é preciso considerar as características regionais. Cada bioma brasileiro é rico em uma biodiversidade específica. Essa riqueza determina vocações agropecuárias locais: cada ecossistema é mais favorável ao desenvolvimento de diferentes espécies de plantas e animais.

Ora, a ciência brasileira tem um vasto conjunto de informações sobre os diferentes biomas brasileiros. Trata-se de um conhecimento fundamental para a produção agrícola diversificada, e que pode impactar positivamente a balança comercial e melhorar a qualidade nutricional e socioeconômica da população. A palavra de ordem é “sinergismo” — a melhor saída rumo à produção sustentável.

Essa trajetória, no entanto, impõe desafios: novas tecnologias precisam ser concebidas, validadas e implementadas para criar e fortalecer uma economia baseada em produtos da biodiversidade brasileira.

A Academia Brasileira de Ciências organizou um grupo de trabalho para desenvolver um estudo multidisciplinar sobre o tema, que contou com cientistas de excelência, de áreas diversas. O resultado foi uma publicação, intitulada “Biomas e Agro: sinergia para uma bioeconomia pujante e sustentável”.  O documento elenca uma dúzia de tópicos cuja compreensão e desenvolvimento podem converter o Brasil em potência agrobiodiversa. São eles:

  1. Os biomas abrigam conhecimentos vitais para a sustentabilidade do agronegócio
  2. Os solos brasileiros abrigam grandes riquezas e dão suporte à produção agropecuária
  3. A agropecuária sustentável é uma vocação brasileira
  4. Tão importante quanto produzir é a redução das perdas pós-colheita
  5. O potencial das frutas brasileiras: produtos in natura com mais valor agregado
  6. Responsabilidade e inovação para o enfrentamento das mudanças climáticas
  7. O Brasil pode passar de importador a detentor de tecnologias de produção de insumos agropecuários
  8. Melhoria da produção no mar brasileiro e em águas interiores
  9. Sinergia entre biomas e agronegócio para o enfrentamento das mudanças climáticas
  10. Estruturar cadeias de valor a partir da biodiversidade para inclusão social e geração de renda
  11. A importância da educação para a conservação ambiental e para o agronegócio
  12. Modernização da extensão agropecuária rumo à agricultura do futuro

Saiba mais sobre cada tópico no documento da ABC, disponível aqui!