Confira o artigo escrito pelas entidades membros da Iniciativa para a Ciência e Tecnologia (ICTP.Br), entre elas a ABC, publicado nesta quinta-feira (15) na Folha de S. Paulo.

 

O Brasil orgulha-se de ter alcançado a 13ª posição no ranking internacional de publicação científica. A área da ecologia aplicada à biologia ocupa o 3º lugar nessa classificação, por exemplo. Uma conquista graças ao fortalecimento da pós-graduação, com expressivo crescimento na formação de mestres e doutores.

Mais de 90% do conhecimento científico é produzido em nossas universidades e por jovens pesquisadores. Os alunos de pós-graduação conseguem se dedicar integralmente às atividades de pesquisa quando recebem bolsas de estudo. Elas são concedidas por agências federais, como a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e por fundações de fomento estaduais.

O valor das bolsas deveria garantir o sustento dos alunos pesquisadores, proporcionando condições para se dedicarem às atividades acadêmicas. Entretanto isso não tem sido possível. Nas últimas três décadas, o valor das bolsas nunca atingiu um nível tão baixo! Em 1995, por exemplo, uma bolsa de doutorado era de R$ 1.073, o que correspondia a dez salários mínimos à época e possibilitava a aquisição de 12 cestas básicas. Sem reajuste até 2003, o poder aquisitivo e a relação com o salário mínimo caíram pela metade. De 2003 a 2013 houve quatro reajustes, elevando o valor nominal a R$ 2.200, o que equivalia a quatro salários mínimos e seis cestas básicas.

Não há nenhum reajuste desde março de 2013! Atualmente, o valor de uma bolsa de doutorado se aproxima de 1,8 salário mínimo e permite comprar três cestas básicas. De março de 2013 a dezembro de 2021, a inflação acumulada foi de mais de 66%, o que elevaria a R$ 3.666 a bolsa de doutorado. Essa forte desvalorização ocorre também com as bolsas de mestrado e demais modalidades.

As consequências (…)

Confira o artigo completo na Folha de S. Paulo.