O imunologista Wilson Savino, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e coordenador de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi reconhecido com o título de doutor honoris causa pela Universidade Sorbonne, na França. A cerimônia de diplomação foi realizada na quarta-feira (11/9), na sede da instituição, em Paris. A honraria é considerada uma das distinções de maior prestígio concedida por instituições de ensino superior francesas, homenageando personalidades de nacionalidade estrangeira por serviços notáveis à ciência, à literatura ou às artes, assim como à França ou à instituição de ensino superior que concede o título.
Ao agradecer a homenagem, Savino destacou o papel do IOC e da Fiocruz na colaboração científica franco-brasileira. “Receber o título de doutor honoris causa pela Sorbonne é uma honra muito grande e um reconhecimento por tantos anos de atividade cooperativa. No entanto, para além da honra que sinto, não tenho a menor dúvida que este é um título conferido também à Fundação Oswaldo Cruz e ao Instituto Oswaldo Cruz, através dos quais as atividades de cooperação internacional tornaram-se possíveis”, afirmou o imunologista, que participou ainda de um seminário de prestígio no Instituto de Miologia da Sorbonne, onde apresentou a conferência ‘O timo tem algo a ver com o músculo esquelético?’.
Ex-diretor do IOC, Savino presidiu as Sociedades Brasileiras de Imunologia e de Biologia Celular, além da Sociedade Internacional de Neuroimunomodulação. Sua atuação científica resultou em mais de 300 publicações e contribuiu para o avanço da cooperação entre a França e o Brasil. Desde 1981, quando realizou parte de sua pesquisa de doutorado no Hospital Necker, em Paris, o pesquisador estabeleceu diversas colaborações com cientistas e instituições francesas. Entre estas, a parceria com o Instituto de Miologia resultou na fundação do Laboratório Internacional Associado sobre Terapia Celular e Imunoterapia, uma estrutura de pesquisa binacional, que desenvolve estudos sobre doenças neuromusculares, principalmente distrofia muscular de Duchenne.
Além dos resultados científicos, como a identificação de marcadores de diagnóstico e prognóstico e avanços relacionados à terapia celular, Savino destacou que a cooperação contribuiu para a formação de recursos humanos no Brasil e na França. “Ao longo de décadas, muitos jovens foram formados no âmbito da cooperação com a França. Por conseguinte, não apenas a minha carreira, mas as de muitos jovens cientistas foram e continuam sendo positivamente influenciadas por esta cooperação”, declarou.