Wladimir Lobato Paraense

Nascido em Igarapé-Mirim, em 1914. A escolha da profissão foi ditada por vocação espontânea, não tendo sido influenciada pela família. Casado com Lygia dos Reis Corrêa. Do primeiro casamento, teve uma filha e dois netos.
Fez os cursos primário e secundário em Belém (PA); o primeiro no Grupo Escolar Floriano Peixoto (1921-1925) e o segundo, no Ginásio Estadual Paes de Carvalho (1926-1930). Começou seus estudos médicos na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará (atual Universidade Federal do Pará), onde cursou os primeiros anos, de 1931 a 1934; terminou na Faculdade de Medicina do Recife (atual Universidade Federal de Pernambuco) nos anos de 1936 e 1937. Recorda-se da influência positiva dos mestres Jayme Jacyntho Aben-Athar (Histologia e Anatomia Patológica ) em Belém e Aggeu de Godoy Magalhães, da Anatomia Patológica, em Recife. Por não haver cursos de mestrado e doutorado no país durante seu período de formação, fez especialização em Anatomia Patológica na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (1938-1939).
Quanto às atividades de ensino, convém assinalar as de Professor de Parasitologia no Curso de Aplicação do Instituto Oswaldo Cruz, de Parasitologia na Universidade de Brasília e de disciplinas de pós-graduação nas Universidades de São Paulo, Federais de Minas Gerais e Santa Maria (RS), Universidad de Los Andes (Venezuela), Escuela de Salud Pública (México), Universidad Nacional del Nordeste (Argentina), Instituto de Medicina Tropical Pedro Kouri (Cuba) e Instituto Oswaldo Cruz.
Muitas foram suas atividades administrativas: Diretor do Instituto Nacional de Endemias Rurais (1961-1963), Diretor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (1970-1972), Vice-Presidente de Pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz (1976-1978), Chefe do Departamento de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz (1980-1991) e Chefe do Laboratório de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz (desde 1991).
Seus principais temas de pesquisa foram: protozoologia, principalmente sobre malária, leishmaniose e babesiose experimentais; são: fauna malacológica límnica da região neotropical, incluindo taxionomia e sistemática, zoogeografia, biologia da reprodução e relações molusco-parasito (especialmente planorbídeos – Schistosoma mansoni).
Pertence a numerosas Sociedades e Academias nacionais e estrangeiras.
Ao longo de sua extensa vida científica, recebeu as seguintes medalhas comemorativas e culturais: a) Centenário do Instituto Oswaldo Cruz – 1950; b) Centenário de Adolpho Lutz – 1955; c) Pirajá da Silva, por ocasião do Cinqüentenário da Descoberta e Identificação do Schistosoma mansoni no Brasil, “à cause” de sua notável contribuição aos estudos sobre esquistossomose americana – 1958; d) Carlos Chagas – por ocasião do Cinqüentenário do descobrimento da Doença de Chagas – 1959; e) Gaspar Vianna – por ocasião do Cinqüentenário da Descoberta da Cura das Leishmanioses, “à cause” de sua contribuição aos estudos relativos àquelas protozooses – 1962; f) Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – por ocasião do 30º Aniversário da sua Fundação, “à cause” dos serviços prestados à Instituição – 1981; g) Organização Pan-americana da Saúde – por ocasião do 25º Aniversário da Criação do Comitê Assessor de Pesquisas em Saúde, “à cause” de seu interesse, compromisso e contribuição ao desenvolvimento da investigação na Região das Américas – 1986; h) Oswaldo Cruz – por ocasião da Inauguração da Nova Biblioteca de Manguinhos – 1995.
Recebeu ainda inúmeras homenagens especiais e distinções.
Participa do Corpo Editorial de revistas nacionais e internacionais.
Tem 161 artigos plenos em revistas com corpo editorial, 43 comunicações em congressos nacionais e 15 em congressos internacionais.
Tem na música, na literatura e na história, os seus principais “hobbies”, os quais, por sinal, são muito apropriados a alguém nascido em 1914…

(Obs.: Texto compilado por Isar Oswaldo Cruz e revisto por Lobato
Paraense)