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Ciências Biomédicas | MEMBRO TITULAR

Rosalia Mendez-Otero

(MENDEZ-OTERO, R.)

11/03/1954
Brasileira
06/06/2006

Rosalia Mendez-Otero iniciou sua formação científica sob a orientação de H. Masuda e L. de Meis durante o seu curso de Medicina na UFRJ, queconcluiu em 1977. Obteve o grau de Mestre (1980) e o de Doutor (1985)sob a orientação de C.E. Rocha-Miranda no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (UFRJ). Completou sua formação realizando um estágio de pós-doutoramento na Yale University (1985-87). Desde o início, seu trabalho já apresentava o rigor e a originalidade que o caracterizariam tendo, no seu mestrado, demonstrado a organização topográfica da projeção parabigêmino-tectal e elucidado sua função na binocularidade do coliculo superior . No doutorado, atraída pela expansão do interesse em neurobiologia do desenvolvimento, analisou o desenvolvimento e a plasticidade das conexões retino-tectais, tendo proposto que axônios imaturos exuberantes se arborizariam preferencialmente nos locais topograficamente corretos. Seus resultados sobre a dependência etária dos rearranjos no sistema retino-tectal desaferentado tem suportado o teste do tempo, sendo citados freqüentemente em artigos e revisões recentes sobre o tema. A partir do seu pós-doutorado, e favorecida pela abrangência de sua formação prévia, Rosalia se interessou pela identificação dos determinantes moleculares do crescimento de axônios e outros aspectos da motilidade celular. Iniciou então uma linha de pesquisa que consistiu na caracterização de um gangliosídeo acetilado, reconhecido pelo anticorpo monoclonal Jones, cuja presença se correlacionava temporal e espacialmente com a migração neuronal mediada por glia e com a fase rápida do crescimento neurítico. Em uma série de outros trabalhos, Rosalia demonstrou que os gangliosídeos acetilados estão envolvidos também na migração neuronal mediada por glia e por neurônios, bem como em fenômenos de plasticidade na vida adulta e que induzem mudanças em cones de crescimento e no citoesqueleto. Em paralelo com estes estudos, iniciou uma linha de trabalho visando ao esclarecimento do papel da oxido nítrico-sintase (NOS) em diversas estruturas do sistema nervoso central durante o desenvolvimento e após desaferentação. Os principais resultados, decorrentes de teses concluídas ou em andamento, demonstraram a regulação da expressão de NOS em diferentes tipos celulares, a influência da estimulação sensorial na sua expressão e surpreendentes alterações na distribuição sub-celular de NOS em decorrência da deaferentação. Mais recentemente, Rosalia vem se dedicando ainda ao promissor estudo de terapias celulares em doenças do sistema nervoso. Com este objetivo, vários modelos animais de doenças neurodegenerativas foram estabelecidos em seu laboratório para estudos pré-clínicos de terapias celulares. Como resultado deste esforço, está em andamento , em colaboração com neurologistas de diversos hospitais, o primeiro estudo clínico piloto para testar a terapia celulares com células tronco autólogas de medula óssea em pacientes na fase aguda do acidente vascular cerebral isquêmico. Rosalia alia a alta qualidade do seu trabalho científico, um intenso esforço na formação de recursos humanos (16 teses de mestrado e 6 de doutorado orientadas; 6 teses de mestrado e 8 de doutorado em andamento) , uma capacidade invulgar de colaboração com colegas no Brasil e no exterior e um empenho nas tarefas administrativas tendo participado de vários comitês acadêmicos e de atividades administrativas como Vice-Diretora do IBCCF/UFRJ (1998-2001).