Confira artigo escrito pelo historiador da ciência Ildeu Moreira para a revista Ciência & Cultura:

Em 23 de abril de 1923 nasceu a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (hoje Rádio MEC), rádio pioneira no Brasil. Não foi uma ação de governo. Foi criada por um movimento de cientistas e intelectuais, articulado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC). A Rádio Sociedade (RS) tinha como objetivo educar e divulgar a ciência, a arte e a cultura.

Seu primeiro presidente foi Henrique Morize e o secretário-geral era Edgard Roquette-Pinto, ambos na direção da ABC.

A rádio foi criada nas salas da Escola Politécnica (atual prédio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais – IFCS) e transferida, pouco depois, para o Pavilhão Tcheco na Avenida das Nações, que havia sido cedido à ABC.

Diretores e sócios da Rádio Sociedade (Da esquerda para a direita, sentados): Carlos Guinle, enrique Morize e Luiz Betim Paes Leme; (em pé) Dulcídio Pereira, Francisco Lafayette, Roquette-Pinto, Demócrito Seabra, Mario de Souza, Costa Lima e Nestor Serra (Reprodução)

Diziam seus estatutos: “A Rádio Sociedade, fundada com fins exclusivamente científicos, técnicos, artísticos e de pura educação popular, não se envolverá jamais em nenhum assunto de natureza profissional, industrial, comercial ou político”. Roquette-Pinto foi o principal motor da criação e na manutenção da RS, além de se desdobrar como locutor dos primeiros programas de notícias com seu vozeirão característico, que ficou marcado na memória de muitos ouvintes. Ele acalentava muitas esperanças sobre o papel que o rádio poderia desempenhar na educação brasileira: “Rádio é o jornal de quem não sabe ler; é o mestre de quem não pode ir à escola; […] o guia dos sãos, desde que realizado com espírito altruísta e elevado”. Aulas e palestras sobre assuntos variados, como física, química, botânica, história natural, literatura, educação para crianças, etc., eram transmitidos pela RS, que atingia cerca de 150.000 ouvintes três anos após a sua criação.

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