Nessa primeira semana de julho, a Bahia está completando o bicentenário da independência o Brasil no estado, episódio que marcou a retirada final das tropas portuguesas e consolidou a separação final entre Brasil e Portugal. Para marcar essa data, a Academia de Ciências da Bahia (ACB) está realizando uma série de atividades com o lema “Dois de julho pela Ciência”.

A presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Bonciani Nader, o vice-presidente, Jailson Bittencourt de Andrade, e a diretora Maria Domingues Vargas estiveram presentes, representando a Academia. O presidente da ACB, Manoel Barral Netto, que também é membro titular da ABC, saudou os presentes e lembrou da importância da data como marco da soberania nacional, e não apenas do estado.

No sábado, dia 1º, as comemorações foram abertas no Salão Nobre da Universidade Federal da Bahia, com a mesa-redonda “O 2 de julho das mulheres: Liderança feminina na ciência”. A presidente da ABC começou seu discurso lembrando da proposta encabeçada por lideranças científicas brasileiras de instituir o Dia Nacional da Defesa da Democracia no dia 31 de outubro. Para Nader, o Brasil ainda discute pouco seu passado. “Relembrar para nunca mais deixar acontecer. Nós lutamos pela continuidade do sucesso desse país”, afirmou.

Ela lembrou que mulheres, hoje, são maioria nas universidades brasileiras, mas que ainda há muito caminho a se percorrer. “Houve um crescimento mundial, mas o Brasil é o que tem a maior proporção. Mas de repente, no meio do caminho, começa a diminuir, por diversos motivos. A pausa para maternidade já está no Currículo Lattes há alguns anos, mas parece que precisamos fazer mais. Não há limites para o que podemos ser”, enfatizou.

 A Acadêmica Nísia Trindade Lima, ministra da Saúde, fez a maior fala da mesa. Passando pela pioneira da medicina brasileira Nise da Silveira, e por autoras feministas de renome mundial, como a brasileira Lélia Gonzales e a americana Angela Davis, a ministra reforçou o compromisso da pasta em fazer uma luta estrutural pela igualdade de gênero. Trindade reforçou o que considera o principal da data. “A mensagem do 2 de julho é de ativa participação popular, contrário à ideia de que o povo ficou à margem da Independência”, disse.

A presidente da ABC, Helena Nader, o vice-presidente, Jailson de Andrade, e a diretora Maria Vargas participaram do cortejo de 2 de julho

No domingo, data do feriado, as Acadêmicas participaram do cortejo pelas ruas do Centro Histórico de Salvador. Juntaram-se a marcha representantes da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), e de outras várias academias setoriais e instituições de pesquisa brasileiras.

Assista a mesa redonda “O 2 de julho das mulheres: Liderança feminina na ciência”:


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