A Rede Interamericana de Academias de Ciências (IANAS) realizou reunião virtual de seu comitê executivo na tarde da segunda-feira (28/11). Helena B. Nader, presidente da ABC, coordenou a reunião em parceria com Karen Strier, da Academia Nacional de Ciências dos EUA, na qualidade de copresidentes de IANAS.
Afora debater critérios para a adesão de novos membros da rede, os integrantes do comitê executivo discutiram o planejamento das atividades para o ano de 2023. Um dos temas considerados fundamentais para o período vindouro é o impacto das mudanças climáticas sobre a Amazônia, com suas consequências sobre o regime de chuvas, os biomas e a saúde humana. A partir da expectativa de realização da COP30 (2025) no Brasil, IANAS deve buscar mobilizar as Academias de Ciências das Américas para que estas se debrucem sobre este tema, cujo impacto tem repercussão não somente regional, como global. IANAS deve ainda contatar outras organizações como a Academia Mundial de Ciências (TWAS) e o International Science Council (ISC) para discutir como estas podem trabalhar de forma colaborativa visando fortalecer uma agenda amazônica. Adicionalmente, deve-se também buscar um diálogo com o Science Panel for the Amazon (SPA), do qual a ABC é parceira, para se discutir como IANAS pode contribuir para que as recomendações dos documentos produzidos por esta iniciativa cheguem aos tomadores de decisão em cada um dos países, aumentando sua capilaridade e evitando que os trabalhos gerados fiquem restritos a uma prateleira.
Ainda na seara das mudanças climáticas, também se discutiu a possiblidade de desenvolvimento de uma iniciativa que foque nos impactos das mudanças climáticas nos países-ilha da região do Caribe. Estes já têm sofrido sobremaneira com o aumento do número e da intensidade dos furacões na região, como ficou evidenciado em exposições realizadas na Assembleia Geral de IANAS, realizada em Córdoba, na Argentina, em setembro de 2022. Para além deste problema, atenção também precisa ser dada a uma das grandes preocupações dos países da região: o impacto que o aumento do nível do mar, em decorrência do derretimento da calota polar, terá sobre as ilhas, conforme já demonstrado em diversos estudos. É urgente que os países da região se preparem para enfrentar os desafios que estão por vir e IANAS e as Academias de Ciências da região podem contribuir significativamente neste processo.
Passados os anos iniciais da pandemia de COVID-19, que dificultaram em muito a realização de atividades, a expectativa é que, a partir de 2023, seja possível retomar uma colaboração mais intensa entre os países das Américas. Refletindo a visão de Helena B. Nader, o debate no âmbito do comitê executivo explicitou esse desejo, entendendo que o fortalecimento da cooperação entre as Academias deve ser uma prioridade.