O simpósio híbrido “70 anos de CNPq (1951-2021) – Passado, presente e futuro pensando e transformando o Brasil”, realizado em Brasília, na sede do Conselho, teve na abertura o lançamento da REVISTAq, desenvolvida em parceria com a Academia Brasileira de Ciências (ABC). Na mesa de abertura, após falas do presidente do CNPq, Evaldo Vilela, e do presidente da, Luiz Davidovich, a editora-chefe da REVISTAq e membro afiliada da ABC 2020-2024, Normanda Araújo de Morais, apresentou a publicação on-line.
Referindo-se ao Comitê Editorial ali presente – que, além dela, incluiu a gerente de Comunicação da ABC, Elisa Oswaldo-Cruz Marinho; a analista de Ciência e Tecnologia do CNPq, Juliana Martins Ferreira; e a coordenadora de Comunicação Social do CNPq, Mariana Galiza de Oliveira -, Normanda destacou que “a revista foi pensada a partir de alguns princípios, que faço questão de trazer aqui”.
O primeiro era mostrar o futuro, o passado, o presente e refletir sobre o futuro do CNPq, por meio de um artigo histórico, de uma linha do tempo, de dados estatísticos e dos relatos pessoais embutidos nos textos. “Não existe presente sem uma análise crítica do passado, que honra o que já foi feito, como não há presente de qualidade se a gente não prospectar e for visionário com relação ao futuro”. A psicóloga, que é professora da Universidade de Fortaleza (Unifor), explicou que além de artigos de pesquisadores premiados, de excelência, todos bolsistas de produtividade do CNPq, a revista contém artigos e/ou falas de servidores, tanto da ativa, quanto aposentados. “Procuramos um equilíbrio que fizesse com que todos os envolvidos com a instituição se sentissem representados”, informou Normanda, apontando que este foi outro dos princípios norteadores da publicação.
A REVISTAq conta com muitos dados produzidos pelo próprio CNPq. Dentre os artigos, o da pg. 166 é resultado de uma consulta aos Comitês de Assessoramento, com o objetivo analisar as suas percepções acerca de três aspectos: como o processo avaliativo atual do CNPq afeta os rumos da sua área de conhecimento e seus/suas pesquisadores/as; os principais entraves/barreiras enfrentadas pelos CAs para realização do seu trabalho; e ações sugeridas pelos CA como forma de superar as dificuldades anteriormente mencionadas. Este artigo fortalece a perspectiva do futuro, dando voz aos funcionários que realizam o trabalho dos bastidores.
Sobre a parte visual, Normanda apontou a grande parceria e as contribuições criativas dos designers da MOLDE ESTÚDIO DE DESIGN, Gabriel Menezes, Felipe Cavalcante e Cecilia Cartuxo, que deram forma à publicação, com um charme e elegância que tornaram o conteúdo muito mais atraente. Por sugestão deles, inclusive, todas as fotos destacadas em cores e páginas inteiras foram selecionadas a partir do acervo do Prêmio de Fotografia Ciência e Arte do CNPq.
Ela ressaltou a dificuldade que foi fazer uma revista que contasse uma história de 70 anos, e que também refletisse o momento presente: uma das maiores crises sanitárias e econômicas que a população brasileira viveu e ainda está vivendo. “A revista é perpassada por essa questão, do quanto o CNPq esteve na linha de frente do enfrentamento à pandemia de covid-19 de forma decisiva, orquestrando a atuação dos pesquisadores e da ciência do país nesse momento histórico.”
Outros dos princípios que foram estabelecidos para a REVISTAq foram a valorização de todas as áreas do conhecimento, assim como a garantia de diversidade regional e de gênero entre os autores. Especialmente, foram convidados a escrever para esta edição tanto grandes cientistas sêniores, vencedores do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia, conhecidos nacional e internacionalmente, mas também cientistas jovens de excelência, que têm feito uma diferença muito positiva na ciência brasileira. “Usamos, enfim, os grandes valores que, no nosso entender, devem orientar a ciência no país e buscamos fazer da revista um pequeno estudo de caso, a partir desses valores”, apontou Normanda.
Por fim, enquanto editora-chefe do Comitê Científico – composto pelos editores de área Brenno Amaro da Silveira Netto (UnB), Claudia Pinto Figueiredo (UFRJ), Cristiane Porto de Magalhães (Unit), Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda (Fiocruz), Raquel Minardi (UFMG) e Rodrigo Arantes Reis (UFPR) – Normanda deu um destaque especial à preocupação com a linguagem. Foi assumido como princípio básico da REVISTAq seu objetivo como um produto de divulgação científica, acessível não apenas para acadêmicos, “mas que pode e deve ser compartilhado com nossas mães, avós e filhos, de modo que todos possam dizer ‘nossa, que leitura legal’”!
Para os jovens, especialmente, foi desenvolvida a seção “Geração Q”, uma referência às gerações Y, Z… É uma seção para ser compartilhada em escolas de ensino básico e entre calouros das universidades, que pretende estimular a reflexão da juventude sobre a possibilidade de se tornar um cientista, o que isso significa essa escolha de carreira e o que ela demanda. “Na parte que apresenta as respostas a perguntas simples para grandes cientistas, relatos emocionantes nos quais percebemos que, por trás dessa decisão pelo caminho da ciência, sempre há um parente ou professor/a que mobilizou genuinamente o interesse do indivíduo – e esse deve ser um compromisso de todos nós.”
De modo geral, os textos mostram o que os/as cientistas brasileiros/as fazem e o que conseguiram fazer num cenário precário, dando margem à reflexão sobre o quanto a ciência brasileira poderá ser globalmente mais expressiva num contexto de ampliação do fomento, com garantia de continuidade, num contexto onde a ciência seja de fato política de Estado e não esteja atrelada a governos. “E deixam claro que divulgação cientifica não é ‘algo a mais’ – a comunicação com a sociedade é inerente à produção da ciência”, apontou Normanda.
Os comitês e os articulistas expressam, ao longo dessas páginas, o grande orgulho de fazer parte desta comunidade. Assim, vamos à leitura. Acesse aqui a REVISTAq, coloque em tela inteira e vire as páginas!
Saiba mais sobre o primeiro dia do evento.
Saiba mais sobre duas mesas-redondas do segundo dia do evento.
VIDA LONGA AO CNPq.