Renan Campos Chisté, Valéria Lima Carvalho, Leandro Juen e Marília Danyelle Nunes Rodrigues: os novos membros afiliados da ABC Regional Norte.
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) realizou, no dia 10 de outubro, o Simpósio e Diplomação de seus novos membros afiliados da Regional Norte, para o período de 2019 a 2023, na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Foram eleitos para o título e, durante o evento, apresentaram suas pesquisas: Leandro Juen (UFPA, ciências biológicas), Marília Danyelle Nunes Rodrigues (Universidade Federal Rural do Amazonas – UFRA, ciências biológicas), Renan Campos Chisté (UFPA, ciências da engenharia) e Valéria Lima Carvalho (Instituto Evandro Chagas, ciências biomédicas). Para o período de 2019 a 2023, foi selecionado também Prafulla Kumar Sahoo (Instituto Tecnológico Vale – ITV, ciências da Terra), que não pode comparecer a cerimônia de diplomação deste ano.
Pela manhã, a programação contou com uma mesa de abertura e duas mesas-redondas com foco na Amazônia. Participaram da abertura e da primeira mesa-redonda o vice-presidente da Regional Norte da ABC, Adalberto Luis Val; o reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho; e o Acadêmico Roberto Dall’Agnol.
Val convocou os novos afiliados e destacou que “é preciso ter gente com garra, vibrante e com bastante juventude” para enfrentar os desafios impostos a ciência ultimamente no país. “Os balões de ensaio surgem a cada dia, a cada momento, aos borbotões e é preciso força para responder a tudo isso”, declarou.
Apoio à pesquisa e à conservação na Amazônia
Emmanuel Tourinho e os Acadêmicos Adalberto Val, Roberto Dall’Agnol e Maria Paula Cruz Schneider, que coordenou o debate da mesa.
Durante a primeira mesa-redonda, o Acadêmico Roberto Dall’Agnol traçou um panorama sobre a pesquisa e a preservação na Amazônia. Apesar dos avanços até o início da década, como a expansão da pesquisa e da pós-graduação, a melhoria na infraestrutura física e na preservação ambiental, Dall’Agnol chamou atenção para as ameaças que assombram o momento atual.
Dentre elas, o Acadêmico citou a redução no financiamento da pesquisa e da pós-graduação, a falta de recursos para manutenção e utilização dos laboratórios e o desrespeito à legislação ambiental.
Em sua fala, o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho relatou ainda outra dificuldade: a de atrair e fixar recursos humanos na Amazônia. Ele afirmou que as políticas públicas em prol dessa causa são cada vez mais escassas e defendeu a necessidade de uma articulação que fale por toda a região Norte quando se trata da captação de recursos.
E, para combater esses problemas, Dall’Agnol ressaltou a importância de definir prioridades, manter os laboratórios ativos – e atendendo múltiplos usuários -, ampliar as fontes de financiamento, estimular os trabalhos em colaboração interinstitucional e não deixar de motivar os pós-graduandos.
O Acadêmico Adalberto Val também tratou das fontes de financiamento e sobre o tema, defendeu o papel das fundações de amparo à pesquisa, que hoje representam grande parte do investimento em ciência e tecnologia no país.
Quanto ao tema da preservação ambiental, Roberto Dall’Agnol apontou para a ampliação do leque de agentes sociais de preservação, comprometendo empresas privadas e estatais e disseminando informação entre diferentes setores; e para a demonstração de interesse econômico da preservação, com projetos integrados agrícolas e florestais, além da valorização de culturas locais.
Amazônia: desafios ambientais atuais
Carlos Souza Jr, Alessandra Gomes, Pedro Lage Viana e o Acadêmico Adalberto Val, como coordenador do debate da mesa.
Da segunda mesa-redonda, participaram Pedro Lage Viana, do Museu Goeldi; Carlos Souza Jr., do Imazon; e Alessandra Gomes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Representando suas instituições de trabalho, os palestrantes apresentaram as formas de coleta e como têm sido analisado os dados a respeito da Amazônia.
Viana, da Coordenação de Botânica do Museu Goeldi, trouxe para a mesa um breve panorama da historicidade da evolução da flora brasileira e focou ainda nos dados obtidos até então sobre a flora amazônica.
Já Souza e Gomes, trataram especificamente dos sistemas de monitoramento de cobertura e usos da terra. Pesquisador sênior do Imazon, Carlos Souza Jr. apresentou uma análise dos dados obtidos por satélites de observação sobre a Amazônia, enquanto Alessandra Gomes, chefe do Centro Regional da Amazônia do INPE, fez uma introdução sobre o funcionamento de diferentes sistemas de monitoramento do INPE, como o Prodes, Deter e Terraclass.
Saiba mais sobre cada novo membro afiliado e confira a galeria de fotos do evento!
Pesquisando os arbovírus: da genética a sua circulação
Valéria Carvalho, pesquisadora do Instituto Evandro Chagas, no Pará, é a nova afiliada da ABC, para o período de 2019 a 2023.
Descobrindo moléculas e seus efeitos antioxidantes
O novo membro afiliado da ABC, para o período de 2019 a 2023, Renan Chisté é vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos e professor da UFPA.
Investigando as espécies aquáticas da Amazônia
Novo afiliado da ABC, para o período de 2019 a 2023, Leandro Juen é professor da UFPA e pesquisa para a conservação da biodiversidade amazônica.
Analisando a genética dos peixes
Vencedora do Para Mulheres na Ciência 2017, Marília Rodrigues é professora da UFRA e nova afiliada da ABC, para o período de 2019 a 2023.