O maior computador da América do Sul corre o risco de parar de funcionar. Isso porque oi governo cortou em 41% a verba destinada ao Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), localizado em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, onde está instalado o supercomputador.

Batizado de Santos Dumont, o supercomputador é capaz de realizar 1 quatrilhão de contas de alta complexidade por segundo. Atualmente, ele processa dados de cerca de 100 pesquisas nas áreas de saúde, física e meteorologia. Uma elas, conduzida pela Fiocruz de Pernambuco, é de desenvolvimento de uma vacina contra a zika.

O supercomputador custou R$ 60 milhões ao governo e tem custo de manutenção anual estimado em R$ 9 milhões.

Em 2017, o orçamento do LNCC foi de R$ 16,7 milhões. Para 2018, ele foi reduzido para R$ 9,8 milhões – praticamente todo o valor necessário apenas para a manutenção do supercomputador. As despesas totais do laboratório para este ano estão estimadas em R$ 19 milhões.

“Se não vier o dinheiro, certamente haverá o risco de desligamento não só do supercomputador, mas da instituição como um todo”, disse o diretor do LNCC Augusto Gadelha.

Recursos extras, segundo Gadelha, já foram aprovados pelo governo, mas ainda não foram repassados. “Nós teremos a possibilidade de manter o supercomputador até o final do ano”, disse o diretor do laboratório.

Gadelha ressaltou que a pesquisa científica no Brasil não pode depender apenas de verba do governo federal.

“Existe toda uma estrutura de ciência e tecnologia que necessita de suporte e de recursos, não somente diretamente do governo, através de orçamento, mas também através das fundações de apoio à pesquisa dos estados e dos municípios e mesmo do país”, apontou.