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Ciências Biomédicas | MEMBRO TITULAR

Rodrigo Correa de Oliveira

(CORRÊA-OLIVEIRA, R.)

06/04/1956
Brasileira
28/04/1999
27/10/2023

Rodrigo Corrêa-Oliveira nasceu em Belo Horizonte em 1956, filho de Antônio Correia de Oliveira e Cecília Coelho Correia de Oliveira. Graduou-se em Biologia pela UFMG em 1980 quando se casou com Andréa de Carvalho Gazzinelli, com a qual teve duas filhas, Ana Carolina Gazzinelli de Oliveira e Juliana Gazzinelli de Oliveira. Já no início de sua formação acadêmica interessou-se pela imunologia, passando a trabalhar como bolsista de Iniciação Científica no Laboratório de Imunologia de Parasitas sob a orientação do Prof. Tomaz Aroldo da Mota Santos, seu orientador de mestrado. Em 1981 obteve o título de Mestre em Bioquímica pela UFMG. No início de 1982 mudou-se para os Estados Unidos onde obteve, em 1985, o título de Ph.D. em Imunologia pela Johns Hopkins University. Durante sua estada nos EUA, trabalhou com o Dr. Alan Sher no National Institutes of Health, seu orientador de tese de Ph.D., tendo publicado 12 trabalhos relacionados a análise do controle genético da resposta imunitária responsável pela eliminação do Schistosoma mansoni em animais vacinados com cercária irradiada e descrevendo o gene principal recessivo rsm-1. Em sua tese mostrou, ainda, a importância da resposta imunológica celular e do papel do interferon gama (IFNg) na resistência à infecção. De volta ao Brasil em 1985 iniciou seus trabalhos na avaliação da resposta imunológica humana contra a infecção pelo S. mansoni, como pós-doutor sob a orientação do Prof. Giovanni Gazzinelli. Em 1986, ingressou por concurso público (1o lugar) no Centro de Pesquisas René Rachou, CPqRR, Fundação Oswaldo Cruz, FIOCRUZ, em Belo Horizonte, sendo hoje pesquisador titular e chefe do laboratório de Imunologia Celular e Molecular, onde se dedica a estudos de mecanismos de regulação da resposta imunitária, de resistência a infecção/reinfecção e identificação de antígenos com potencial para utilização como vacinas contra a infecção pelo S. mansoni. Durante esse período descreveu um grupo de indivíduos residentes em áreas endêmicas para a esquistossomose que, apesar de apresentarem contato contínuo com águas contaminadas, não se infectavam, observação considerada de grande impacto para o entendimento do papel do sistema imunológico na resistência a infecção pelo S. mansoni. Em 1991, com o objetivo de aprimorar seus estudos em fatores solúveis (citocinas), estagiou no DNAX Research Institute na Califórnia, onde estudou o efeito de citocinas sobre a diferenciação de células T auxiliadoras do tipo 1 e 2. Voltando ao Brasil, continuou seus estudos sobre citocinas e doenças endêmicas, focalizando principalmente esquistossomose e doença de Chagas. Seus estudos de esquistossomose mansoni humana demonstraram que a IL-10 tem papel central no controle da morbidade nessa endemia. Estudos recentes, tanto em doença de Chagas como na esquistossomose, demonstraram que o IFNg pode intervir na patologia da doença e no desenvolvimento de resistência a infecção. Em doença de Chagas vem investigando o papel do sistema imunológico no desenvolvimento da lesão chagásica cardíaca e digestiva. O Dr. Corrêa-Oliveira tem colaborado, ainda, na formação de novos grupos de pesquisa. Nesse contexto, vale ressaltar sua contribuição para a formação de pessoal, assim como implementação de um laboratório de pesquisa em Imunologia na Universidade do Vale do Rio Doce, UNIVALE, em Governador Valadares, Estado de Minas Gerais. O laboratório foi implementado com recursos obtidos pelo Dr. Corrêa-Oliveira junto a FAPEMIG e é considerado um marco importante para o crescimento científico da UNIVALE e para a formação de novos pesquisadores. O Dr. Corrêa-Oliveira mantém projetos de pesquisa em colaboração com a referida Universidade, incluindo a formação de recursos humanos. Mais recentemente, detectando a necessidade de ampliar o trabalho de campo, fez uma associação com professores da Escola de Enfermagem da UFMG. Este projeto desenvolvido dentro da concepção da gestão ambiental, conta com a participação da comunidade para o seu desenvolvimento e implementação e objetiva a melhoria das condições de saúde da população local e controle da esquistossomose. Desde o início de sua carreira, publicou 85 trabalhos científicos, orientou 11 estudantes de iniciação científica, 9 teses, quatro de doutorado e cinco de mestrado e 6 pós-doutores. Para o desenvolvimento de seus trabalhos de pesquisa tem obtido financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq, CNPq/PRONEX, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), Organização Mundial da Saúde (OMS), Mercado Comum Europeu (EEC) e Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH). Estes projetos permitem a participação de colaboradores do Brasil e de vários países, facilitando, inclusive, o treinamento de estudantes brasileiros e estrangeiros. Em reconhecimento de suas atividades científicas, o Dr. Corrêa-Oliveira participa desde 1993 de Comitês Assessores da OMS, sendo atualmente membro do Comitê de Patogênese. Em 1996 foi nomeado Membro da Câmara de Ciências Biológicas da FAPEMIG e em 1998 membro do Corpo de Assessores do CNPq na área de Imunologia.