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Ciências da Terra | PERMANENT MEMBER

Marta Silvia Maria Mantovani

(MANTOVANI, M. S. M.)

25/06/1944
Brasileira
05/03/1997

Sua contribuição científica concentra-se no tema “Composição e Estrutura do segmento litosférico do S-SE do Brasil”, utilizando dados geofísicos e geoquímicos (elementos traços, e isótopos radiogênicos). Nessa área, orientou alunos em nível de graduação e pós-graduação; pleiteou e obteve vários auxílios para a pesquisa; promoveu intercâmbios bilaterais de pesquisa com instituições internacionais; promoveu e participou de eventos científicos, no Brasil e no exterior, nos quais apresentou resultados preliminares das pesquisas; publicou os resultados em revistas arbitradas, nacionais e internacionais.

Entre os principais resultados obtidos, destacam-se as características geoquímicas e isotópicas das rochas vulcânicas da Formação Serra Geral (bacia do Paraná), que contribuíram para a elucidação dos processos envolvidos na ruptura continental. Em colaboração com outros pesquisadores (intercâmbio CNPq-BC), identificou 6 subgrupos de magmas básicos, que caracterizaram uma estratigrafia geoquímica na distribuição espacial das seqüências eruptadas.

No estudo da associação entre os magmas ácidos e aquêles básicos, o modelamento de processos de Assimilação combinada à Cristalização Fracionada (AFC) reforçou as evidências da natureza litosférica dos magmas primários. Magmas com características astenosféricas foram identificados na porção sul da área estudada, em correspondência aos derrames superiores na seqüência estratigráfica, como prénuncio da ruptura continental. As datações Ar-Ar (efetuadas através de intercâmbio bilateral) em amostras de superfície, ao longo da escarpa e de furos de sondagens, sugeriram que a migração do magmatismo (associado a uma intensa anomalia térmica) se deu de NW para SE e que, portanto, a estratigrafia geoquímica observada constitui reflexo da heterogeneidade das fontes litosféricas.

A análise da coerência entre a topografia e a gravimetria permitiu determinar o parâmetro de rigidez flexural (equivalente a uma espessura elástica de 95 km) para o segmento em correspondência ao Rio Grande do Sul e Uruguai; valor este coincidente com aquele obtido através de medidas de maré sólida efetuadas na mesma área (tema de doutoramento sob sua orientação).

A análise de “back-stripping”, identificou as regiões de maior estiramento durante a evolução da bacia do Paraná: essas regiões foram associadas a paleo-suturas e/ou falhas criadas no regime de esforços desde o início da formação da bacia até a ruptura continental. O cálculo do sinal gravimétrico do embasamento da bacia, após eliminando o efeito devido à presença dos sedimentos, basaltos e da flexura devida ao carregamento, evidenciou a coincidência dos altos gravimétricos do embasamento com os máximos dos estiramentos.

A análise da estruturação do embasamento da bacia e a trajetória de migração da anomalia térmica, constituem informação essencial para o estudo dos processos que se sucederam na formação dos diversos magmas eruptados culminando com a ruptura do Gondwana. Os resultados que obteve através das diferentes metodologias estabeleceram vínculos importantes para o estudo da evolução do segmento litosférico no S-SE brasileiro.

Sua participação e contribuição ao tema é reconhecida no meio científico internacional, que recentemente a indicou como (1) Chairman dos membros representantes das várias nações no International Lithosphere Program da Inter-Union Commission on the Lithosphere (ICSU), (2) membro da Diretoria Executiva da International Association of Volcanology and Chemistry of the Earth Interior (IAVCEI), e (3) como membro do Regional Advisory Committee da American Geophysical Union (RAC-AGU).