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Morre José Mindlin aos 95 anos

O bibliófilo José Mindlin morreu em São Paulo na manhã deste domingo (28/2) no Hospital Albert Einstein, onde estava internado há cerca de um mês. Mindlin tinha 95 anos. O corpo está sendo velado no hospital e será enterrado às 15h no Cemitério Israelita da Vila Mariana.

José Ephim Mindlin nasceu em São Paulo em 8 de setembro de 1914. Advogou até 1950, quando fundou e passou a presidir a empresa Metal Leve S/A. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), era o quinto ocupante da cadeira 29, eleito em 2006, na sucessão de Josué Montello.

Mindlin, que recebeu o Prêmio Juca Pato como Intelectual do Ano de 1998, formou uma das mais importantes bibliotecas privadas do país, com aproximadamente 38 mil títulos. Em maio de 2006, o bibliófilo fez a doação de cerca de 15 mil obras da Biblioteca Brasiliana para a Universidade de São Paulo (USP).

No conjunto doado à universidade, constam obras de literatura, história, sociologia, poesia. Dentre as raridades estão documentos do século 16 com as primeiras impressões que padres jesuítas tiveram do Brasil, jornais anteriores à Independência e manuscritos de grandes obras, como Sagarana, de Guimarães Rosa, e Vidas Secas, de Graciliano Ramos.

“José Mindlin foi um gigante da cultura brasileira. Como todo grande homem, deixa um grande legado, que é a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, o resultado de uma vida dedicada aos livros, que por sua generosidade hoje é um patrimônio de todos os brasileiros”, disse, em nota, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Mindlin e a ABC

José Mindlin foi incorporado em 1997 à Academia Brasileira de Ciências como Membro Colaborador- categoria atribuída a personalidades que tenham prestado relevantes serviços à Academia ou ao desenvolvimento científico nacional. Na época, sua empresa Metal Leve tornou-se Membro Institucional, através do ex-presidente da ABC, José Israel Vargas.

Revista Pesquisa Fapesp publica reportagem especial sobre Crodowaldo Pavan

Em 2009 o Brasil perdeu um de seus mais destacados cientistas. Vítima de falência múltipla de órgãos e sistemas, causada por um câncer e um infarto anteriores, o biólogo e geneticista Crodowaldo Pavan morreu no dia 3 abril, aos 89 anos, no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), na qual fez a maior parte de sua bem-sucedida carreira.

Nascido em Campinas, graduado em história natural pela USP em 1941, Pavan foi um dos fundadores da genética no Brasil. Ao longo de uma trajetória científica de mais de meio século, realizou descobertas importantes, que resultaram em trabalhos publicados com repercussão internacional, além de ter formado dezenas de pesquisadores no Brasil e nos Estados Unidos e dirigido algumas das instituições científicas mais prestigiadas do país – foi presidente da SBPC por três mandatos, de 1981 a 1987.

Para o geneticista e vice-presidente da ABC para a Região Sul Francisco Salzano, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a história de Pavan, que foi seu orientador no doutorado, em 1955, está intimamente associada à da genética no Brasil.

“É impossível falar de uma sem recorrer à outra”, diz Salzano, que assumiu, em dezembro do ano passado, a cátedra Crodowaldo Pavan do Instituto Mercosul de Estudos Avançados, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), localizada em Foz do Iguaçu (PR). “Mas ele também contribuiu marcantemente para o desenvolvimento da genética em nível mundial, por meio de pesquisas das mais importantes.”

Leia a reportagem completa no link http://www.revistapesquisa.fapesp.br/index.php?art=4067&bd=1&pg=1&lg=

Resultado das Eleições da ABC 2009

NOVOS MEMBROS DA ABC

CIÊNCIAS MATEMÁTICAS

IVAN CHESTAKOV
Mestre em Matemática pela Novosibirsk State University e doutor pelo Sobolev Institute of Mathematics, é atualmente Professor Titular da Universidade de São Paulo. Editor de revistas de destaque na área, atua principalmente em Teoria de Anéis. Em 2007 recebeu o E.H.Moore Research Article Prize da Sociedade Matemática Americana (AMS).

 

JOSÉ MARIO MARTÍNEZ PÉREZ

Graduado em Matemática pela Universidade de Buenos Aires, na Argentina, e doutorado em Engenharia de Sistemas e Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, atualmente é bolsista de produtividade do CNPq e Professor Titular da Unicamp. Atua principalmente em Matemática Aplicada.

KARL-OTTO STÖHR
Graduado em Matemática e Física pela Universidade de Bonn, na Alemanha, com mestrado e doutorado em Matemática pela mesma instituição, atualmente é Pesquisador Titular do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA). Atua principalmente em Álgebra, especificamente em Corpos de Classes.

CIÊNCIAS FÍSICAS

TAKESHI KODAMA

Com graduação, mestrado e doutorado em Física pela Universidade Waseda, no Japão, foi Pesquisador Titular do CBPF e atualmente é Professor Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Suas especialidades são a Física Nuclear Relativística e a Astrofisica Nuclear.

THAISA STORCHI-BERGMANN
Graduada em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também cursou o doutorado, cursou pós-doutorado na Universidade de Maryland e no Space Telescope Science Institute, além de estágio sênior no Instituto de Tecnologia de Rochester (EUA). Atualmente é Professora Associada do Departamento de Astronomia do Instituto de Física da UFRGS e chefe do Grupo de Pesquisa em Astrofísica.

CIÊNCIAS QUÍMICAS

FERNANDA MARGARIDA BARBOSA COUTINHO
Falecida em 1º de janeiro de 2010
Graduada em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde cursou mestrado e doutorado em Química Orgânica, atualmente é Professora Titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Atua especialmente com Polímeros.

LAURO TATSUO KUBOTA
Graduado em Química pela Universidade Estadual de Londrina, Mestre em Química Analítica pela UNESP e Doutor em Química pela Unicamp, onde atualmente é Professor Titular. Cursou pós-doutorado na Lund University (Suécia) e atua, principalmente, em Eletroanalítica.

CIÊNCIAS DA TERRA

LUIZ ANTONIO MARTINELLI
Professor Titular da Universidade de São Paulo, lotado no Centro de Energia Nuclear na Agricultura, em Piracicaba. Trabalha na área de Ecologia, com ênfase em Dinâmica de Ecossistemas Tropicais.

 

VALDEREZ PINTO FERREIRA

Com graduação em Geologia e mestrado em Geociências pela Universidade Federal de Pernambuco, onde atualmente é professora associada, cursou doutorado em Petrologia e Geoquímica na Universidade da Georgia (EUA) e pós-doutorado em Geoquímica na Universidade de Wisconsin (EUA). Atua em fluorescência de raios-X e extração a laser de oxigênio de silicatos.

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

LUIZ DRUDE DE LACERDA
Graduado em Biologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde também cursou mestrado e doutorado em Ciências Biológicas (Biofísica), atualmente é Professor Titular da Universidade Federal Fluminense e professor da Universidade Federal do Ceará, onde coordena o Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais do Instituto de Ciências do Mar, Coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Transferência de Materiais Continente-Oceano. Suas pesquisas envolvem principalmente ambientes costeiros, contaminacao ambiental, metais pesados, biogeoquimica de ecossistemas tropicais, monitoramento ambiental e capacidade suporte de ecossistemas.

 

MOACIR WAJNER
Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), doutorado em Ciências Básicas pela Universidade de Newcastle Upon Tyne (Inglaterra) e pós-doutorados em erros inatos do metabolismo pelas Universidade de Londres (Inglaterra), de Heidelberg (Alemanha) e New Haven (EUA). Atualmente é Professor Titular da UFRGS.

CIÊNCIAS BIOMÉDICAS

JULIO SCHARFSTEIN
Graduou-se em Quimica pelo Instituto de Tecnologia de Israel (Technion) e cursou doutorado em Ciências Biomédicas na Universidade de Nova Iorque. Atualmente é Professor Titular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Realiza estudos em modelos experimentais de Doença de Chagas e pesquisa de vacinas.

LUIZ EUGÊNIO ARAÚJO DE MORAES MELLO
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde completou mestrado e doutorado em Biologia Molecular, cursou pós-doutorado em Neurofisiologia na Universidade da Califórnia (UCLA). Atualmente é Professor Titular de Fisiologia na Unifesp e responsável pela implantação do Instituto Tecnológico Vale S.A.

MIGUEL ANGELO LAPORTA NICOLELIS
Graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo e doutorado em Ciências (Fisiologia Geral) na mesma universidade, atualmente é Professor Titular do Departamento de Neurobiologia e co-diretor do Centro de Neuroengenharia da Duke University (EUA), professor do Instituto Cérebro e Mente da Escola Politécnica Federal de Lausanne (Suíça) e diretor-científico do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS).

 

CIÊNCIAS DA SAÚDE

JOSÉ EDUARDO KRIEGER
Graduado em Medicina pela USP (FM-USP) de Ribeirão Preto, doutorado em Fisiologia pelo Medical College of Wisconsin e pós-doutorado em Biologia Molecular pela Escola Médica de Harvard e Escola de Medicina da Universidade de Stanford (EUA). É docente da FM-USP e dirige o Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular do InCor-HCFMUSP.

CIÊNCIAS AGRÁRIAS

RICARDO ANTUNES DE AZEVEDO
Graduação em Biologia pela PUC-Campinas, com mestrado em Genética Vegetal pela Unicamp, doutorado e pós-doutorado em Bioquímica de Plantas pela Universidade de Lancaster, Inglaterra. É Professor Titular da USP, onde atua na área de Genética Fisiológica e Bioquímica de Plantas.

SÉRGIO COSTA OLIVEIRA

Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal da Bahia, com mestrado em Microbiologia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e doutorado em Imunologia pela University of Wisconsin – Madison, onde também fez pós-doutorado. Livre-Docente em Imunologia pela USP, atualmente é Professor Titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais.

 

CIÊNCIAS DA ENGENHARIA

EUGÊNIO FORESTI
Graduado em Engenharia Civil pela USP-São Carlos, obteve os títulos de Mestre e Doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo. Fez pós-doutorado na University of NewCastle Upon Tyne, Inglaterra. Atualmente é Professor Titular da USP e atua na área de Engenharia Sanitária, com ênfase em processos biológicos de águas de residuárias.

 

JOSÉ CARLOS COSTA DA SILVA PINTO

Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal da Bahia, mestrado e doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é Professor Titular do Programa de Engenharia Química da Coppe/UFRJ, onde atua em reatores químicos, especialmente na área de modelagem, simulação e controle de sistemas de polimerização.

RENATO MACHADO COTTA
Graduado em Engenharia Mecânica com ênfase Nuclear pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutorado em Engenharia Mecânica e Aeroespacial pela Universidade Estadual da Carolina do Norte (EUA). Atualmente é Professor Titular da UFRJ. Atua especialmente em Transferência de Calor.

CIÊNCIAS SOCIAIS

RICARDO PAES E BARROS
Graduado em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com mestrado em Matemática pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e doutorado em Economia pela Universidade of Chicago, atualmente é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Atua especialmente em Economia dos Programas de Bem-Estar Social.

MEMBROS CORRESPONDENTES

JOSÉ NELSON ONUCHIC
Nascido no interior de em São Paulo, graduou-se em Engenharia Elétrica e Física na USP, onde também concluiu mestrado em Física Aplicada. Concluiu doutorado em Química no Instituto de Tecnologia da Califórnia e atualmente é professor de Física na Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), co-diretor do Center for Theoretical Biological Physics e do La Jolla Interfaces in Science.

FRANKLIN ALAN SHER

Premiado por várias sociedades cientificas por seus estudos da resistência
do hospedeiro e regulação imune nas infecções parasitárias e micobacterianas, o pesquisador norte-americano ajudou a formar vários imunologistas brasileiros e sempre acreditou que a nossa cultura nos faz melhores cientistas devido a nossa liberdade de criação. Atualmente é chefe da Seção de Imunobiologia do Laboratório de Doenças Parasitárias do do Instituto Nacional de Alergias e Doencas Infecciosas (NIAID, NIHh), em Bethesda (MD), nos Estados Unidos.

HERBERT B. TANOWITZ
Formado em Medicina, atualmente é professor de Doenças Infecciosas no Departamento de Medicina e do Departamento de Patologia do Albert Einstein College of Medicine of Yeshiva University , em Nova Iorque (EUA).

 

HERVÉ MICHEL CHNEIWEISS
Médico formado pela Universidade de Paris VI, foi conselheiro técnico para as Ciências da Vida no gabinete do Ministro de Pesquisa da França entre 2000 e 2002 e atualmente é diretor de pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês), ligado a Federação de Neurologia do Hospital de Salpétrière.

JOSÉ ABRUNHEIRO DA SILVA CAVALEIRO
Licenciado em Química e Física pela Universidade de Coimbra, em Portugal, doutorou-se pela Universidade de Liverpool, no Reino Unido. Atualmente é Professor Catedrático na Universidade de Aveiro, em seu país natal, onde é responsável pelo grupo de pesquisa em Química Orgânica e Produtos Naturais, unidade apoiada pela Fundação Portuguesa de Ciência e Tecnologia.

SERGE HAROCHE
O físico francês, especializado em Física Atômica e Óptica Quântica, é professor do Collège de France desde 2001 e pesquisador da Universidade Pierre e Marie Curie/CNRS. Em 2009 foi contemplado com a Medalha de Ouro do CNRS.

Faleceu Oscar Sala

Ano de múltiplos eventos, como a realização da Semana de Arte Moderna e a formação da União Soviética, 1922 também marcou profundamente a ciência brasileira e mundial com o nascimento de Oscar Sala, no dia 26 de março, em Milão, onde seu pai brasileiro estava vivendo.

Talentoso físico nuclear, pesquisador e professor, Sala se notabilizou pela natural liderança no desenvolvimento das instituições científicas no Brasil e pelo papel relevante no surgimento da internet no país.

É com orgulho que a Academia brasileira de Ciências (ABC) reafirma a presença de Oscar Sala entre seus membros mais notórios. Sala ingressou nesta instituição no dia 24 de novembro de 1953, foi membro de sua Diretoria entre 1981 e 1993, assumindo a presidência no último triênio, razão pela qual lhe rendemos especial homenagem. Homenagem, por certo, muito aquém da importância do homem e do físico Oscar Sala, mas que pretende fazer valer sua intenção e deixar claro seu pesar.

Sala mudou-se cedo para o Brasil, quando tinha apenas dois anos, em virtude do turbulento período entre guerras na Europa, e não teve dificuldades em obter a nacionalidade. Após sua educação básica em Bauru, ingressou no Conservatório da cidade, onde estudou piano. Em 1941, tornou-se estudante em engenharia na Escola Politécnica. Transferiu-se rapidamente, contudo, para a Faculdade de Filosofia, que incluía o estudo da Física e que colaborou para sua criatividade no domínio.

Formou-se na primeira turma de Física do Brasil em 1945 e associou-se a grandes físicos, como Gleb Wataghin e Giuseppe Occhialini. Com o primeiro, publicou importante artigo sobre penetração de partículas nucleares. Também participou da fundação do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Pertenceu a uma geração de ouro da Física brasileira, iniciando suas pesquisas ao lado de Marcelo Damy de Souza Santos, César Lattes, entre outros. Mesmo depois de formado, Sala manteve sua presença na instituição, que evoluiu para o Instituto de Física da USP, como professor e cientista, tornando-se chefe do Departamento de Física Nuclear nos períodos de 1970 a 1979 e de 1983 a 1987.

O talento do italobrasileiro chamou a atenção internacional e a Fundação Rockefeller ofereceu-lhe uma bolsa de estudos em 1946. Nos Estados Unidos, estudou nas universidades de Illinois e de Wisconsin. A aposta dos Rockefeller rendeu frutos: Sala participou na projeção do acelerador eletrostático, primeiro aparelho a usar pulsos de raios na análise de reações nucleares com nêutrons rápidos. Ainda nos Estados Unidos, não deixou de pensar na cidade que escolheu para viver. De fora, projetou o acelerador eletrostático tipo Van de Graaff, a ser desenvolvido em São Paulo. Mais tarde, em 1972, já na USP, ajudaria na construção do primeiro pelletron (acelerador eletrostático de partículas) da América Latina.

Ao retornar ao Brasil, começou sua ininterrupta participação no desenvolvimento das instituições científicas do país e dedicou-se intensamente à construção e organização de laboratórios, tendo em vista a formação de pesquisadores. Ajudou a fundar a Sociedade Brasileira de Física em 1966, da qual foi o primeiro presidente. Igual cargo ocupou na Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência entre 1973 e 1979.

Foi diretor cientifico da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp) de 1969 a 1974 e presidiu o Conselho Superior de 1989 a 1993. Sua presença corroborou para que a Fundação fosse o único e principal link internacional responsável pelo tráfego acadêmico e assumisse a responsabilidade de registrar domínios “br”. Orientou muitas teses de mestrado e doutorado, enquanto membro da cátedra de Física Nuclear da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP.

Na Associação Interciência das Américas, desempenhou mesmo papel que teve na Sociedade Brasileira de Física, fundando-a em 1974 e sendo seu primeiro presidente entre 1975 e 1979. Ocupou a presidência da Academia de Ciências do Estado de São Paulo entre 1985 e 1993. Na Academia Brasileira de Ciências, não é demais repetir, foi vice-presidente de 1981 a 1991 e presidente de 1991 a 1993. Recebeu a Grã Cruz de Ordem Nacional do Mérito Científico em 1994, a medalha de Honra ao Mérito da SPBC em 1973, o Prêmio Moinho Santista em 1981, entre outras muitas homenagens.

A atividade intensa de Oscar Sala foi interrompida por um acidente vascular cerebral (AVC) que dificultou sua locomoção e fala e que poderia tê-lo matado, não fosse a ajuda da família e sua persistência em manter-se vivo. Oscar Sala foi um forte. Apesar de seu estado de vulnerabilidade, sempre fez questão de estar presente nas homenagens que lhe fizeram e visitava com freqüência a Fapesp, com a qual dividiu sua história.

Aos 88 anos, Oscar Sala faleceu no último sábado, dia 2 de janeiro de 2010, por volta das 13h. Segundo familiares, ele teria sofrido uma parada cardíaca enquanto dormia. Além de sua família, a mulher Rosa Augusta Pompiglio, os filhos Luiz Roberto, Regina Maria e Thereza Cristina e os seis netos, Sala deixou um grande legado para a Ciência.

Não podemos saber o que estava sonhando em seu último sono, mas que venham a se realizar os ideais que deixou claros em vida. Muito além do embate político, do qual sempre buscou afastar-se, que prevaleçam o interesse humanitário e que se difunda e se aprofunde o conhecimento científico. A maior homenagem que podemos render-lhe é seguir lutando por esse sonho.

A Academia Brasileira de Ciências lamenta a grande perda e cumprimenta a família.

ABC perde Fernanda Coutinho

Nascida em 1942, na cidade do Porto, em Portugal, Fernanda Margarida Barbosa Coutinho veio para o Rio de Janeiro aos quatro anos, com os pais e as duas irmãs. Estudou no Colégio Pedro II, onde constatou que as disciplinas de que mais gostava eram a Física, a Química e a Matemática. Com orientação dos professores, decidiu fazer vestibular para Engenharia Química.

Em 1963 ingressou na Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil. Com a Acadêmica Eloisa Biasotto Mano teve o primeiro contato com os polímeros, que se tornaram seu foco de pesquisa. Em 1968 iniciou o mestrado no Departamento de Química Orgânica do Instituto de Química. Ingressou então no primeiro grupo de Polímeros do país, construído pela Prof. Eloisa Mano, com apoio do BNDES. Começou a ministrar a cadeira de Química Orgânica II ao mesmo tempo em que iniciou o doutorado. Ao concluí-lo, foi convidada para coordenar o curso de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Polímeros do Instituto de Macromoléculas da UFRJ.

Já aposentada pela UFRJ, ainda atuava como Professora Convidada. Era também Professora Titular na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde liderava grupo de pesquisa em Ciência de Polímeros. Orientou dezenas de teses de mestrado e doutorado e publicou inúmeros artigos em periódicos nacionais e internacionais. Casou-se em 1970 com José S.T. Coutinho, seu colega de turma, com quem teve duas filhas.

Ingressou na ABC como Membro Associado da área de Ciências Químicas em 1992, e em 2009 foi eleita para a categoria de Membro Titular. Infelizmente, faleceu antes de tomar posse, o que ocorreria no mês de maio próximo. A missa de 7º dia da Profa Fernanda Coutinho será realizada na Igreja Santa Mônica (Av. Ataulfo de Paiva, 527, Leblon), na 6ª feira, dia 8 de janeiro, às 8 horas.

Eleições para novos membros da ABC começa em 30/11, 2ª feira

A Comissão de Seleção para novos membros da ABC reuniu-se no dia 25 de novembro para a elaboração da lista final e da cédula de votação a ser utilizada na próxima eleição, que começa no dia 30 de novembro, 2a feira.

A reunião foi conduzida pelo presidente da ABC e da Comissão, Jacob Palis, com a presença dos Membros Carlos Eduardo Guinle da Rocha Miranda, Cid Bartolomeu de Araújo, Francisco Mauro Salzano, Helena Bonciani Nader, Fernando Cosme Rizzo Assunção, Jorge Luiz Gross, José Fernando Perez, Reinhardt Adolfo Fuck, e Paulo Arruda. Os Acadêmicos Elias Guidetti Zagatto, Marcelo Miranda Viana da Silva e Ruben George Oliven justificaram suas ausências. Estiveram presentes também os Acadêmicos Angelo da Cunha Pinto e Juarez Rubens Brandão Lopes, a convite do presidente, na qualidade de consultores Ad Hoc.

Os Membros Titulares estão convocados a votar de forma presencial, por via postal ou por via eletrônica. Os que quiserem votar presencialmente devem comparecer à Assembléia Geral que será realizada no dia 22 de dezembro às 10hs. Os que preferirem votar pelo correio podem solicitar a cédula na secretaria pelo telefone 21 3907-8100 ou pelo e-mail secretaria@abc.org.br. Os que desejarem votar eletronicamente devem aguardar a mensagem do presidente, que será enviada na 2a feira, 30/11.

Encerramento da programação comemorativa dos 60 anos do CBPF

Na manhã do dia 28 de outubro ocorreu o Seminário Desafios da Física 1949-2009. O Acadêmico e diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Ricardo Galvão, abriu a cerimônia, destacando que o evento de encerramento das comemorações do aniversário do CBPF teve por objetivo apresentar a visão de pesquisadores de renome relacionados ao CBPF sobre alguns desafios da Física, tanto na ocasião em que a instituição foi criada e no presente.

Na ocasião, foi lançado o Prêmio CBPF de Física, instituído em parceria com a empresa LaserTools Tecnologia Ltda., fundada por físicos, para premiar pesquisadores externos ao quadro do CBPF que realizaram trabalhos de destaque no país. “O prêmio será concedido pela primeira vez no ano que vem e o edital deverá ser publicado em meados de novembro”, esclareceu Galvão.

A instituição do prêmio, que inicialmente será bianual, representa a intenção do CBPF de cada vez mais desempenhar o papel de uma instituição promovedora e articuladora de novas iniciativas de interesse da comunidade científica nacional, além de perseguir a excelência em suas atividades de desenvolvimento científico e tecnológico, no dizer de seu diretor.

O ministro Sergio Rezende destacou a importância de parcerias entre governo e empresas, como essa entre um instituto do MCT – o CBPF -, e uma empresa como a LaserTools. Disse ainda que o Brasil evoluiu muito nos últimos anos no que diz respeito à ciência e à formação de cientistas, mas que ainda precisamos de mais cientistas empreendedores, como os da LaserTools. Rezende também parabenizou a iniciativa da CBPF e ressaltou a importância de prêmios científicos como este para que o trabalho dos cientistas seja devidamente valorizado e reconhecido.

O diretor da LaserTools, o físico Spero Morato, ressaltou o papel de sua empresa no cenário nacional, “uma empresa de físicos”, como descreveu, que nos últimos dez anos conseguiu conquistar uma posição de destaque no mercado através da inovação científica. Galvão reiterou que o maior feito desses 60 anos do CBPF é a criação do Prêmio CBPF de Física, destacando que no Brasil ainda faltam iniciativas como esta. “Uma nação que não reconhece seus próprios méritos não pode esperar que eles sejam reconhecidos internacionalmente”, disse, lembrando a fala de um professor americano ao conversarem sobre a falta de um Prêmio Nobel no Brasil.

O subsecretário de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Sr. Marcos Villaça também presente à mesa, falou em nome do secretário, Rubens Andrade, impedido de comparecer. Villaça destacou o potencial de criação intelectual da cidade, proporcionado pela presença de diversas universidades e instituições de pesquisa, que ganhou reforço esse ano com a criação de uma secretaria dedicada à ciência e à tecnologia. Informou ainda sobre o projeto de criação de de uma Fundação de Apoio à Ciência no município, que está sendo discutido entre a prefeitura e os reitores das universidades cariocas.

O Acadêmico Celso Pinto de Melo, presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF), reverenciou as atuais gestões do CBPF e do MCT, salientando a importância da criação de uma Agenda Nacional de Ciências no Brasil. “Não basta o governo mudar sua postura, é necessário também que a comunidade científica se mobilize para criar um programa científico integrado e voltado para os problemas do país”. Melo ressaltou também a necessidade de uma maior integração com os países latino-americanos.


Marcos Villaça, Celso Melo, Sergio Rezende, Ricardo Galvão e Spero Morato

Os palestrantes convidados para dar continuidade ao evento foram os pesquisadores George Rawitscher, que falou sobre a ciência brasileira na época de criação do CBPF; Alberto Santoro, que tratou da Física de Altas Energias no LHC (Grande Colisor de Hádrons) na próxima década; Ananias Monteiro Mariz, que discorreu sobre a Física da Complexidade; e Vitório de Lorenci, que se remeteu aos novos desafios da Gravitação e da Cosmologia.

Também foram convidados a proferir palestras alguns Acadêmicos – o ministro Sergio Rezende, Celso Melo (UFPE), Moysés Nussenveig (UFRJ) e Sérgio Mascarenhas (USP-São Carlos). Suas palestras estarão reportadas em matérias seguintes. Além dos palestrantes citados, estiveram presentes ao evento os Acadêmicos Adalberto Fazzio, Alberto Passos Guimarães, Alfredo Ozório de Almeida, Amos Troper, Affonso Guidão Gomes, Elisa Frota Pessoa, Erasmo Ferreira e Jayme Tiomno. Este último foi um dos homenageados do evento, tido como um dos principais pioneiros da Física no Brasil. Veja a foto original no arquivo anexo, abaixo da matéria.


Adalberto Fazzio, Moysés Nussenzveig, Walter Baltensperger, Sérgio Mascarenhas,
o presidente da LaserTools Spero Morato, Ricardo Galvão, Amós Troper, Constantino Tsallis,
Sergio Rezende, Celso Melo (atrás), Alfredo Ozório de Almeida, Erasmo Ferreira,
Elisa Frota Pessoa, Jayme Tiomno e Affonso Guidão.

Prazo de indicação de novos Acadêmicos termina em 7 de novembro

O presidente da ABC, Jacob Palis, divulgou nessa sexta-feira nota onde informa sua decisão de adiar o prazo de indicações para novos membros da Academia por mais uma semana, encerrando-o no dia 7 de novembro.

O Prof. Palis foi sensível ao pedido de vários Acadêmicos, que teriam candidatos importantes para indicar. No entanto, enfatizou que a ABC terá eleito novos membros ainda no corrente ano, e para isso encurtará a próxima fase da eleição, que é a avaliação dos candidatos por seus pares, na sua respectiva área de especialização.

As indicações ser feitas pela internet, utilizando código e senha enviado por e-mail pelo presidente da ABC no dia 1º de outubro, para acesso ao Sistema Eletrônico de Votação. Caso um Membro Titular deseje fazer uma indicação e não localize este e-mail, pode contatar o gerente de informática, Fernando Carlos Azeredo Verissimo, pelo e-mail verissimo@abc.org.br.

Palis destacou a importância da eleição de novos membros, por ser um momento de renovação dos quadros e de resgate da função primeira de uma Academia, que é garantir a excelência dos escolhidos para a ela pertencer. Por isso, o presidente da ABC solicita que os Membros Titulares empreendam esforços no sentido de apresentar candidaturas dos cientistas de maior expressão em cada área do conhecimento.

Cabe observar o Art. 27 do Estatuto da ABC:

Art. 27 – Os formulários de indicação de candidatos somente serão recebidos quando estiverem devidamente preenchidos.

§ 1º – As propostas de admissão de Membros Titulares deverão ser subscritas por um ou mais Membros Titulares.

§ 2º – As propostas de admissão de Membros Correspondentes deverão ser subscritas por 10 (dez) ou mais Membros Titulares, dos quais pelo menos 5 (cinco) da área especializada em que se enquadrar o candidato e acompanhadas pelo respectivo “curriculum vitae” e relação dos trabalhos publicados de sua autoria.

§ 3º – As propostas para admissão de Membros Colaboradores serão apresentadas pela Diretoria, cabalmente justificadas e acompanhadas do “curriculum vitae” do candidato.

 

São elegíveis, na categoria de Membros Titulares, pesquisadores estrangeiros radicados no Brasil há mais de dez anos. A proposta foi aprovada em 18 de fevereiro último e já vale para esta eleição. Os estrangeiros, membros da ABC ou não, devem ser indicados no Sistema Eletrônico de Votação ou, se preferirem, através de formulário apropriado em papel, disponível na Secretaria da ABC, que pode ser solicitado por fax pelo telefone (21) 3907-8100.

 

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