Leia matéria de Herton Escobar para o Jornal da USP, publicada em 31/10:
O Hospital Universitário da USP vai ganhar um novo parceiro — e um novo vizinho. Num espaço onde hoje funciona a marcenaria e um espaço de estacionamento do hospital, bem em frente à entrada de pacientes, será erguido um novo centro de pesquisas dedicado ao estudo do metabolismo, um dos temas mais importantes da biologia e da biomedicina modernas — fundamental na busca de novos tratamentos para doenças como câncer, diabetes e obesidade, entre muitas outras.


“Metabolismo é o conjunto de reações químicas que transformam moléculas dentro dos seres vivos. Na verdade, é o que define a vida”, resume a pesquisadora [e membro titular da Academia Brasileira de Ciências] Alicia Kowaltowski, professora do Instituto de Química (IQ) da USP e coordenadora do projeto que dará ao origem ao novo Centro de Metabolismo (CoMeta) da Universidade.
Orçado em R$ 50 milhões, com dois andares e 2.500 metros quadrados de área construída, o centro vai reunir debaixo de um mesmo teto quatro grupos de pesquisa que já trabalham com metabolismo em diferentes unidades da USP; além de outros grupos que serão selecionados para se juntar à iniciativa no futuro. A construção deverá ter início nos próximos meses, logo que o projeto executivo da obra for aprovado.
Além do grupo de Alicia Kowaltowski, que trabalha com metabolismo da nutrição (estudando como o nosso organismo processa, utiliza e armazena a energia presente nos alimentos e os impactos disso na saúde), o CoMeta vai abrigar outros três grupos permanentes de pesquisa: do professor Ariel Silber, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, que estuda o metabolismo de parasitas patogênicos; da professora Sayuri Miyamoto, do Instituto de Química (IQ), que investiga o metabolismo de lipídeos; e da professora Marilia Seelaender, da Faculdade de Medicina (FMUSP)da USP, que pesquisa alterações metabólicas associadas ao câncer.
São linhas de pesquisa distintas, mas que têm o metabolismo como uma espinha dorsal comum. A ideia, segundo Alicia Kowaltowski, é produzir um ambiente de cooperação permanente e “efervescência intelectual”, acoplado a um parque tecnológico que permitirá conduzir pesquisas que vão “desde a molécula até o ser humano”, passando por experimentos com células in vitro e modelos animais. “É muito difícil um pesquisador ser capaz de fazer tudo isso sozinho, por isso que ter um centro com especialistas de vários tipos e níveis diferentes trabalhando juntos é muito interessante”, diz. “A gente já troca ideias e conversa bastante, mas não é a mesma coisa que estar debaixo do mesmo teto.”

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