ABC participou de encontro de rede internacional de direitos humanos na academia

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O International Human Rights Network of Academies and Scholarly Societies (IHRN), entidade da qual a Academia Brasileira de Ciências (ABC) faz parte, realizou sua 15ª reunião bienal entre os dias 9 e 11 de setembro na Academia Norueguesa de Literatura e Ciências (DNVA), em Oslo. A ABC foi representada pela socióloga e membra titular Elisa Maria da Conceição Reis.

A reunião contou com várias mesas-redondas e workshops que examinaram a relação entre a liberdade acadêmica e os direitos humanos. Entre os temas abordados estão os crescentes ataques e perseguições contra cientistas e acadêmicos, inclusive em países democráticos; o impacto de conflitos armados na evolução da carreira de estudantes e pesquisadores ao redor do mundo; as tentativas de se impor agendas ideológicas e partidárias à pesquisa, com corte de financiamento e término de contratos de cientistas que vão contra as diretrizes de governos; e o crescimento da desigualdade entre a ciência feita em países ricos e países pobres, que se acentua com as novas tecnologias de IA, cujo controle se dá sobretudo pelo Norte Global.

A Acadêmica Elisa Reis

A Acadêmica participou da sexta sessão, que se debruçou sore o papel das academias nacionais na resposta aos desafios para a liberdade na sociedade contemporânea. Reis esteve acompanhada pelo coordenador do Comitê de Direitos Humanos da DNVA, Jakob Lothe; a membra da Academia de Artes e Ciências de Gana, Boseemma Mamaa Entsua-Mensah; e pelo membro associado do Conselho de Ciência do Japão, Kayo Minamino.

“Afirmar a liberdade e a responsabilidade da ciência é, ao mesmo tempo, um direito e um dever. Esse duplo caráter nos coloca não só como beneficiários, mas também como protagonistas na defesa dos direitos humanos”, afirmou Elisa Reis após o evento.

Sobre a IHRN

A IHRN é um consórcio internacional de sociedades honoríficas de ciências, engenharia e medicina que tenham uma preocupação em comum com os direitos humanos. Foi fundada em 1993 pelo advogado holandês de direitos humanos Pieter van Dijk e pelos ganhadores do Prêmio Nobel François Jacob (França), Torsten Wiesel (Suécia/Estados Unidos) e Max Perutz (Reino Unido). O objetivo é alertar as academias nacionais sobre abusos de direitos humanos envolvendo colegas cientistas e acadêmicos e dotá-las de ferramentas para fornecer apoio nesses casos.

A IHRN atua em prol de colegas que sofram abusos de direitos humanos, promovendo a livre troca de ideias e opiniões entre cientistas e acadêmicos e o apoio a independência e a autonomia das academias nacionais e sociedades acadêmicas em todo o mundo. A IHRN também conscientiza globalmente sobre as conexões entre direitos humanos e ciência, engenharia e medicina. Embora não haja uma filiação formal, mais de 90 academias nacionai participaram das atividades do IHRN.

(GCOM ABC)