Como Trump revira o mapa da ciência mundial e assusta pesquisadores

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*Matéria original do Estadão

As bilionárias reduções de verbas destinadas à pesquisa por parte do governo de Donald Trump nos Estados Unidos tendem a provocar uma mudança do eixo geopolítico da ciência mundial. Entre, as áreas consideradas mais ameaçadas, estão saúde, mudanças climáticas, gênero e ciências sociais. Mesmo que as equipes se reorganizem e consigam novos financiamentos no futuro, a interrupção de trabalhos pode atrasar ou arruinar séries históricas de monitoramento e análise.

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Os manifestos das entidades têm cobrado também apoio da comunidade internacional aos pesquisadores americanos. “A ciência é um bem comum da humanidade e o seu enfraquecimento em qualquer nação afeta a comunidade global”, sustenta comunicado da Academia Brasileira de Ciências (ABC), de 12 de março.

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“Estamos aguardando para saber se a nossa pesquisa será renovada ou cancelada. Se bloquearem as verbas, teremos de interromper o projeto”, diz Ester Sabino, uma das cientistas responsáveis pelo sequenciamento do Sars-CoV-2 (o vírus da covid-19) no Brasil em março de 2020, no começo da pandemia.

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“Os Estados Unidos já estavam perdendo a liderança (na ciência) para a China. Agora estão dando todas as condições para a China crescer ainda mais, é um tiro no pé”, afirmou o presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, lembrando que o país asiático já suplantou os EUA, por exemplo, no número de artigos científicos divulgados anualmente.

“Me parece que, da mesma forma que o século 19 foi da Inglaterra, e o século 20 dos Estados Unidos, o século 21 será da China. Não é um regime democrático, mas busca tomar decisões com base na ciência”, continua ele, ex-ministro da Educação.

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Outra opção, sugere Helena Nader, seria o País investir em mais parcerias com a China e outras nações do Sul Global, diversificando a produção. “Nosso principal parceiro é o Estados Unidos, seguido do Reino Unido e de outros países da Europa. Colaboramos pouco na América Latina, menos ainda com países africanos ou asiáticos”, afirma ela, presidente da ABC.

Leia reportagem completa no Estadão.

(Estadão, 07/04/2025 | Foto: Wikimedia Commons)