Nesta terça-feira, 26 de abril, aconteceu a abertura do Fórum BRICS sobre Big Data para Desenvolvimento Sustentável, organizado pela Academia Chinesa de Ciências, país que ocupa atualmente a presidência rotativa do bloco. A cerimônia contou com falas de representantes das academias nacionais dos cinco países que compõe o BRICS, entre eles Luiz Davidovich, da Academia Brasileira de Ciências (ABC). O Fórum deste ano também é especial pois marca o fim do primeiro ciclo de eventos conjuntos entre as Academias do bloco.
Big Data (ou macrodados, em português) é o nome dado à análise de volumes massivos de informações não estruturadas. Esses dados estão disponíveis em diversos formatos e plataformas, como postagens em redes sociais, pesquisas e compras online, aplicativos de geolocalização, dentre outras ferramentas. A interpretação dessa quantidade imensa e desordenada de informação requer tecnologias mais complexas e inovadoras do que as necessárias para analisar dados estruturado e regulares entre si.
Em sua fala, Luiz Davidovich classificou o tema como “instrumental para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” e reforçou o papel ético que as academias nacionais de ciências precisam cumprir na busca por soluções para os desafios globais. “Vivemos em uma época de Big Data, inteligências artificiais, aprendizado de máquina e biotecnologias, mas também de pandemia, desigualdades globais, mudanças climáticas e guerras”, lembrou o presidente da ABC.
Citando o caso do Brasil, Davidovich avaliou que dialogar apenas com governos não é suficiente, mas que a abordagem deve considerar toda a sociedade. “Se focarmos apenas na ciência por trás da tecnologia, não chegaremos a lugar nenhum”, avaliou, destacando a necessidade de incorporar as ciências sociais para podermos compreender os efeitos dessas inovações na vida humana. “Só a ciência não é suficiente, mas ela é capaz de quebrar barreiras políticas e culturais entre os países”, finalizou.
Além dos representantes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a cerimônia também teve contribuições de convidados da Unesco, do Conselho Internacional de Ciência (ISC), do Conselho Mundial da Indústria Geoespacial (WGIC), da Academia da Finlândia e do Conselho Nacional de Pesquisa da Tailândia (NRCT). O Fórum continuará nesta quarta-feira, 27 de abril, e contará com sessões paralelas sobre o tema, entre as quais estão palestras de pesquisadores brasileiros indicados pela ABC. A próxima presidente da Academia, Helena B. Nader, participará da Cerimônia de Encerramento.