Em casa, nunca faltou assunto que tratasse de ciência: com a mãe apaixonada por química e biologia e o pai engenheiro civil, Thiago sempre soube onde buscar as respostas para os mistérios do mundo. “O estudo liberta”, ouviu ele ao longo de toda a infância. Hoje, inspirado por sua família, o cientista Thiago Pedro Mayer Alegre investiga a interação não-linear em sistemas fotônicos.

Nascido em São Paulo, no dia 23 de abril de 1981, com 10 anos Thiago se mudou para o interior do estado, na cidade de Valinhos. Por lá, viveu uma infância muito prazerosa, que hoje lembra com nostalgia. Morou em uma chácara da família na parte rural da cidade, e chegou até a participar do time de vôlei oficial de Valinhos.

Sempre apaixonado por esportes, e estimulado pelo interesse em ciência e matemática, chegou a tentar uma vaga na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), na cidade de Pirassununga. Mas, pelo gosto em ciências exatas e eletrônica, acabou cursando o ensino técnico em eletroeletrônica.

Após se formar, foi num programa de estágio na empresa de um de seus professores da escola, Celso Akira, que descobriu qual caminho deveria trilhar. “Foi com ele que percebi que gostaria de seguir a carreira acadêmico-científica. Com isso busquei conhecer um pouco mais da carreira de físico e ao ingressar nela me apaixonei”, lembra o cientista.

O Acadêmico realizou o bacharelado em física na Universidade Estadual de Campinas, de 2000 a 2003. No último ano, deu início a sua carreira científica trabalhando com o professor Hugo Fragnito em amplificadores ópticos.

No final da graduação, Thiago decidiu mudar o tema de pesquisa e, em 2004, ingressou no doutorado na Unicamp para pesquisar com o professor Gilberto Medeiros os estados eletrônicos em pontos quânticos autoformados e sua interação com cavidades de micro-ondas.

Após a conclusão do doutorado, em 2008, iniciou o pós-doutorado no Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos. Hoje, o físico trabalha como professor na Unicamp e atua pesquisando na área de fotônica. Seus estudos podem ser aplicados diretamente na criação de sistemas integrados de luz para a implantação junto aos sistemas eletrônicos. “Essa integração poderá complementar os sistemas eletrônicos no processamento e transporte de dados”, ele explica. Para o cientista, um dos aspectos mais fascinantes sobre sua área é a possibilidade de “emular a transição entre o mundo quântico, que governa, por exemplo, interações atômicas, e o mundo clássico, que nos é familiar no dia-a-dia”.

Alegre gosta de passar o tempo livre passeando com a filha e a esposa. Agora, como membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC), para o período de 2019 a 2023, assume novas tarefas e se mostra empolgado com isso: “Durante minha estada como membro afiliado espero poder contribuir na divulgação da ciência e do pensamento cientifico ao grande público, pois julgo que este é um tema tão importante quanto a própria ciência nos dias de hoje”.