A ideia de trabalhar com a ciência da computação custou um pouco a se desenhar nos planos de Rodrygo Luis Teodoro Santos. Embora sendo um aluno dedicado em matemática, Rodrygo só foi ter contato com os computadores aos 15 anos – o que é tarde, se comparado aos padrões atuais. “Na época, a popularização do acesso à Internet no Brasil com a chegada dos primeiros provedores de acesso discado abriu um universo de novas possibilidades de aprendizado”, conta ele.
Levando uma infância tranquila na cidade de Divinópolis, em Minas Gerais, Rodrygo, sempre cheio de amigos, brincava livre nas ruas e se interessava principalmente por futebol, mas gostava de todo tipo de esporte – os quais lamenta não praticar assiduamente hoje. A matéria preferida além da matemática, que já seria esperada, surpreende: português.
Irmão do meio e único homem, seguiu um caminho completamente diferente de suas irmãs. A mais velha, administradora de empresas, e a mais nova, em vias de se formar em medicina, tiveram, junto dele, apoio e incentivo da família para investir em suas carreiras.
A escolha e a evolução da carreira
O interesse pelos estudos e pela pesquisa foi influência dos pais desde a infância. O pai, motorista autônomo e a mãe, professora e, mais tarde, secretária administrativa na mesma escola em que Rodrygo estudou, sempre reforçaram a importância do estudo formal. Além deles, seus professores desde o ensino primário até o ensino superior estimulavam a curiosidade pelas pesquisas científicas.
Já durante a graduação, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ingressou em diversas iniciativas, estagiando inclusive como desenvolvedor de software do Google, em 2012. Depois de sua primeira iniciação científica enveredou no universo acadêmico, seguindo para o mestrado no Departamento de Ciência da Computação da UFMG, em 2006, e doutorado na School of Computing Science da University of Glasgow, na Escócia, em 2008. Rodrygo conta que cada uma dessas experiências foi essencial em sua formação como cientista.
Atualmente, é professor adjunto da UFMG e pesquisador na área de recuperação de informação, tendo contribuído no projeto de desenvolvimento da plataforma de recuperação de informação de código aberto Terrier. Reúne a matemática e a computação para criar modelos que possam retornar respostas de qualidade em máquinas de busca e sistemas de recomendação.
Honrado em receber o título de membro afiliado da ABC, lembra que esta é uma oportunidade de continuar aprendendo, como tem buscado fazer durante toda sua carreira, tanto sobre a ciência desenvolvida em outras áreas de conhecimento quanto sobre possíveis caminhos para o progresso científico no Brasil. Ele destaca que o que mais aprecia na Ciência é “a busca racional e sistemática por respostas”. “A recuperação de informação, em particular, cumpre em parte esse papel, com o objetivo de tornar o conhecimento existente universalmente acessível”, defende Rodrygo.