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Ciências Físicas | MEMBRO TITULAR

José Ellis Ripper Filho

(RIPPER, J. E.)

25/02/1939
Brasileira
25/03/1975

JOSÉ ELLIS RIPPER FILHO graduou-se como Engenheiro Eletrônico no ITA em 1961. Um dos pioneiros da Informática no Brasil, projetou e contruiu, no mesmo Instituto, em 1961, o primeiro computador brasileiro, apelidado de “Zezinho”. Depois de breve período como engenheiro pesquisador do Instituto de Pesquisas da Marinha, foi como bolsista para o Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde obteve grau de Mestre em Ciências em 1963, formou-se em Engenharia Elétrica em 1964 e tornou-se Doutor em Filosofia em 1966. Terminado o seu doutorado no MIT trabalhou 5 anos no Bell Telephone Laboratories em Murray Hills o que lhe propiciou oportunidade de conviver com o melhor da comunidade científica e técnica de sua área. Entre seus vários trabalhos destaca-se a caracterização e aplicação dos lasers sólidos aos mais diferentes domínios; seu papel pioneiro na implantação industrial do complemento natural desses lasers – as fibras óticas – abriram a perspectiva de criação de novas e importantes empresas no Brasil no domínio das telecomunicações. A par dessas atividades o Professor manteve em permanência seu vínculo com o ensino e a pesquisa universitária no âmbito primeiramente do ITA e posteriormente na UNICAMP onde fundou o primeiro Departamento de Física Aplicada no Brasil. Teve papel determinante em instituições cuja importância é unanimemente reconhecida. Entre estas destacam-se o Centro de Pesquisas da Telebrás e o Instituto de Tecnologia Informática da SEI e a Fundação Universidade de Campinas. No setor industrial teve papel notável como Diretor de Tecnologia e Presidente do diversificado grupo Electra, cujas atividades na área de computação e de Telecomunicações são sobejamente conhecidas. Possui 71 trabalhos publicados em revistas científicas internacionais e 01 livro editado. É autor de 14 patentes sendo 11 registradas nos seguintes países: Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Alemanha, França, Suíça, Bélgica e Japão. Entre outros prêmios, foi agraciado com o da Tecnologia do Ano, concedido pela Revista Nacional de Telecomunicações em 1982 e a Ordem do Rio Branco – Grau de Comendador em 1983. Seu prestígio internacional foi reconhecido muitas vezes tendo recebido o título de Fellow da American Physical Society, sendo convidado a participar da organização de quase todas as conferências internacionais de Laser de Semicondutor do IEEE, a principal conferência internacional do setor, ocupando inclusive a posição de Vice Chairman (1974) e de Chairman (1984); participou por duas gestões da Comissão de Semicondutores da “International Union of Pure and Applied Physics”, órgão máximo da Física Internacional; ministrou palestras em vários congressos e escolas no exterior, sendo o primeiro cientista brasileiro convidado pela Academia de Ciências da China em 1976 a fazer uma série de palestras naquele país. No Brasil tem sido constantemente chamado a participar do planejamento da política científica, em particular de microeletrônica, tendo participado dos Conselhos Superiores da CAPES e do CNPq onde coordenou a Subcomissão de Eletrônica, Informática e Comunicações; na Comissão Especial de Microeletrônica da SEI coordenou a Subcomissão de Planejamento Industrial. Foi ainda, fundador da Academia de Ciências do Estado de São Paulo em 1976. Seu êxito à frente dos programas de implantação de tecnologia efetivamente gerada no país pode ser explicado pela defesa que faz de uma estreita ligação entre Ciência e Tecnologia e entre Universidade e Empresa. Possui formação na área administrativa, com cursos realizados no Programa de Administração de Pesquisas (PROTAP) da Financiadora de Estudos e Pesquisas (FINEP) e na Harvard Business School. É Professor Titular desde 1983 do Instituto de Física da UNICAMP, da qual foi Diretor de 1975 a 1978 e Diretor Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da UNICAMP-FUNCAMP nos períodos de 1974/1975 e 1983/1989. O Professor Ripper tem sido chamado a colaborar como consultor na solução de problemas tecnológicos de grandes empresas aqui e no exterior. Atualmente é Diretor-Presidente de uma empresa no setor, a AsGA Microeletrônica.

(Obs.: Texto compilado por Raquel Velloso)