Antoniana Ursine Krettli

Graduada pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica da UFMG, 1965, cedo se interessou pela pesquisa participando, como voluntária e depois monitora, do Departamento de Parasitologia, orientada pelo Professor Zigman Brener, da iniciação científica ao mestrado e com o qual mantém colaborações e co-orientações de alunos. Professora concursada no Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG, foi Assistente, Adjunta e Titular (primeira classificada, 1981). Seus trabalhos iniciais são em malária, biologia, epidemiologia e quimioterapia experimental. A partir do seu estágio no exterior, com os Professores Ruth e Victor Nussenzweig, 1972-74 (New York University Medical School), interessou-se pela imunologia e ao retornar prossegue estudando a resposta imune na malária e inicia, em paralelo, estudos sobre a resposta imune na doença de Chagas. Desenvolve modelos experimentais na malária de aves, camundongos e macacos, descreve um novo vetor experimental da malária aviária para produção em massa de esporozoítas. É pioneira no cultivo contínuo do Plasmodium falciparum, agente da terçã maligna humana, usado em testes de antimaláricos a partir de plantas da Amazônia, estimulando vários grupos de químicos do País a fracionar extratos de plantas ativas em busca de um novo antimalárico. Recentemente, seus estudos incluem ainda pacientes expostos à transmissão da malária na área endêmica ou em novos focos de transmissão, definindo o perfil imunológico da resposta anti-esporozoíta nestes pacientes, visando futuros de vacinação. Seu Doutorado (1978) versa sobre a resposta imune humoral e mecanismos de ação de anticorpos líticos anti-Trypanosoma cruzi, na doença de Chagas. Desde então investiga, concomitantemente, na malária e doença de Chagas, humana e experimental. Sua descoberta de diferenças marcantes entre esses anticorpos protetores, marcadores de infecções crônicas ativas, e os de sorologia convencional, constitui marco no entendimento da imunidade e tem sido útil no critério de cura dos pacientes tratados.
Publicou um total de 92 artigos, 60% em revistas de impacto internacional; orientou 15 teses, mestrado e doutorado, sendo seus ex-orientados atuais professores na Universidade do Brasil liderando sua própria pesquisa, ou no exterior (Panamá, Honduras, Venezuela). Orientou dezenas de estagiários, bolsistas de iniciação científica, de aperfeiçoamento, técnicos, sendo o convênio entre a UFMG e a FIOCRUZ (onde esteve sempre o Laboratório de Malária) facilitador desse fluxo de alunos e estagiários. Foi eleita pela comunidade Presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia (1987) e sua representante no CNPq e CAPES. É Consultora da Organização Mundial de Saúde no comitê “Research and Strengthening Group” desde 1992; Coordenadora da comissão de avaliação da Pós-Graduação (Ciências Biológicas) e membro eleito do Conselho Técnico Científico na CAPES (1994-95); membro do Corpo Editorial da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz e ad hoc de várias outras revistas científicas, no país e exterior. Decidida a se aprofundar no estudo de duas patologias humanas importantes no Brasil, cursa agora a Graduação em Medicina na UFMG, onde tem contribuído na análise crítica de problemas da Graduação e da Pós-Graduação, como Professora/Orientadora e agora aluna.