Carlos Ourivio Escobar

Carlos Ourivio Escobar nasceu em São Paulo, SP, em 1948. Obteve o bachalerado em Física pelaUniversidade de São Paulo em 1971. Seu Mestrado, obtido em 1974, foi feito no Instituto de Física Teórica (IFT) de São Paulo, sob a orientação do Professor Paulo Leal Ferreira. Doutor em Física pela University of Cambridge em 1978, trabalhou no Department of Applied Mathematics and Theoretical Physics (DAMTP) sob a orientação do Dr. P. V. Landshoff e do Professor John C. Polkinghorne. Os trabalhos publicados, que integraram sua tese de doutoramento, foram pioneiros por sugerirem e estimularem os esforços experimentais pela busca da produção direta de fótons isolados com grande momento transversal, que logo se transformou numa área de intensa investigação teórica e experimental. Ao voltar ao Brasil ingressa como Professor Assistente no IFT, aonde fica até 1981, quando é contratado como Professor Assistente no Instituto de Física da Universidade de São Paulo. Atua como teórico em Física de Altas Energias até março de 1984 quando faz a transição para a Física Experimental, passando dois anos no Fermi National Laboratory (Fermilab) como pesquisador convidado. Sua participação em experimentos no Fermilab vai até os dias de hoje, tendo atuado em 5 experimentos de sucesso e impacto no Fermilab. O primeiro, E691, produziu os primeiros resultados confiáveis. com alto número de eventos, em espectroscopia e medidas de vida média de mésons com quark c (charme) sendo que o último, ainda em curso, é o experimento Minos, um estudo de oscilações de neutrinos. Para o experimento E781-Selex (1992), foi o responsável pela concepção e construção de um grande sistema de câmaras de arrasto (drift chambers), inteiramente feitas por indústrias brasileiras, sendo esta a primeira vez que um grupo brasileiro participava em grandes experimentos com aceleradores, fornecendo equipamentos de ponta. Embora atuando em física experimental jamais deixou a atividade teórica em fenomenologia de partículas, publicando e orientando estudantes de pós-graduação em problemas desta área. Obteve a livre-docência em 1992 e tornou-se professor titular na USP em 1994. Transfere-se, em 1997, para o Instituto de Física da Unicamp como professor titular através de concurso público. Desde 1995, ano de seu lançamento, atua com grande dedicação ao projeto de construção e operação do Observatório Pierre Auger, observatório de Raios Cósmicos de Altas Energias, construído por um consórcio internacional de 17 países, na província de Mendoza, Argentina. Foi o primeiro presidente da Colaboração Auger, eleito em 1995 e reconduzido à esta posição para mais um mandato de dois anos em 1997. Suas ações dentro do projeto Auger garantiram visibilidade à atuação dos grupos brasileiros e incentivaram a forte participação de indústrias nacionais no fornecimento de equipamentos para o Observatório. Na Unicamp dá início a trabalhos na área de fundamentos e informação quântica, orientando 2 teses de doutorado, uma das quais recebeu em 2005 o prêmio Capes e, independentemente, o Prêmio José Leite Lopes da SBF, como melhor de tese de doutorado em Física no Brasil. Ao longo de sua carreira publicou mais de 100 trabalhos em revistas especializadas, orientou 18 dissertações de Mestrado e 13 teses de Doutoramento.